A diretora executiva de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, afirmou que a empresa pretende reduzir 10 milhões de m³/dia o volume de gás natural importado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) na renegociação do contrato atual, que precisa ser fechada até o final do ano. Atualmente a companhia importa 30 milhões de m³/dia pelo gasoduto.
A divulgação do resultado da primeira rodada de propostas para contratação de até 18 milhões de m³/dia de capacidade de transporte de gás natural será divulgada nesta quarta-feira (30/10) pela TBG.
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Anelise adiantou que a Petrobras precisa renegociar o contrato atual até o fim do ano, caso contrário, será mantido o volume atual de importação. A atual renegociação, que foi interrompida temporariamente durante a eleição nacional na Bolívia, não inclui uma discussão sobre do preço da molécula, apenas no preço do gasoduto.
“O preço do gasoduto deve ser reduzido porque esse é um gasoduto que já teve seu investimento depreciado”, disse ela. “A gente espera que a próxima tarifa seja capaz de pagar o custo operacional e o custo de um capex de manutenção”.
A negociação para um novo contrato no Gasbol, no entanto, só deve ocorrer em três ou quatro anos, disse a executiva. “A gente pretende reduzir à metade quando for (a hora de negociação do) novo contrato, mas este contrato que está sendo negociado agora é um aditivo do contrato atual”, disse.
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Anelise afirmou também que a Petrobras busca entregar a metade da capacidade de transporte dos gasodutos NTS e TAG – e futuramente também do Gasbol – a novos players no sistema de entrada e saída. Os gasodutos têm uma capacidade aproximada de 120 milhões de m³/dia.
“São carregadores que colocam o gás no sistema e compradores que contratam a saída. A gente definiu em vários pontos de saída a nossa demanda e, na média global, a gente está falando de metade (da capacidade de transporte dos gasodutos)”, explicou.
Vender apenas gás próprio
O interesse da Petrobras é comercializar, no futuro, apenas o gás produzido pela própria companhia. “O que hoje a gente compra dos parceiros porque eles não conseguem comercializar no Brasil, eles vão poder comercializar e tomar o risco do mercado”.
Com esse novo desenho, a Petrobras espera ratear a tarifa dos gasodutos, com a perspectiva de conseguir reduzir o seu custo de transporte pelos dutos à metade.
Anelise ainda afirmou que quando a companhia colocar à venda os gasodutos offshore pelo sistema de cotas, a intenção da Petrobras é ficar minoritária nos dutos. A empresa deve fazer um IPO para vender sua fatia do negócio. A mesma estratégia deve ser usada para a venda das térmicas da companhia.
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