Bacia de Santos

Petrobras: nova plataforma de Búzios vai exportar entre 6 e 7 milhões de m³/dia de gás

Unidade terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás

Wagner Victer, gerente executivo de Programas Estruturantes da Petrobras, no diálogos da transição 2025
Wagner Victer, gerente executivo de Programas Estruturantes da Petrobras, no diálogos da transição 2025

A Petrobras espera que a nova plataforma P-91, em Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, tenha capacidade para exportar entre 6 milhões e 7 milhões de m³/dia para a costa, disse nesta quinta-feira (23/10) o gerente executivo de Programas Estruturantes, Wagner Victer.

A estatal lançou este mês a contratação da nova plataforma, que deve funcionar como um hub para exportação do gás produzido em Búzios, inclusive pelas outras plataformas do campo que não foram originalmente desenhadas para isso.

A unidade terá capacidade para produzir 180 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás – mas parte dos volumes será reinjetada ou tratada na unidade.

Segundo Victer, o projeto foi concebido para aproveitar a “folga” da capacidade existente no gasoduto Rota 3, sem necessidade de investimentos adicionais no sistema de escoamento e processamento – o que deve ajudar a “turbinar o projeto”.

“A grande sacada é que vai produzir no limite e caber dentro do espaço do Rota 3… Não precisa fazer UPGN [unidade de processamento] em terra nem gasoduto. É a grande sacada do projeto”, afirmou Victer, a jornalistas, após participar do diálogos da transição 2025, evento promovido pela agência eixos em parceria estratégica com a Firjan. Assista na íntegra acima!

Questionado se a extensão dos contratos de partilha do pré-sal, aprovada este mês pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ajudou na tomada de decisão, Victer disse que o projeto já vinha sendo amadurecido pela Petrobras antes mesmo do decreto 12.153/2024, que reforçou o controle da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a reinjeção de gás. 

Ele reconheceu, no entanto, que a prorrogação traz externalidades positivas inegáveis para novos investimentos e muda o “comportamental” das operadoras dos ativos. O CNPE aprovou este mês uma alteração na Lei de Partilha, que vai permitir a renovação desses contratos por mais 27 anos.

“[Sem a extensão], a solução seria a descontinuidade [a longo prazo]. As próprias empresas iam parar de fazer investimento. Com mais tempo, começam a investir mais cedo para extensão da vida útil da unidade”

A Petrobras deu início, este mês, à contratação da construção do FPSO Búzios 12 (a P-91). O gás escoado será direcionado ao Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ).

A P-91 será interligada a 16 poços, sendo oito produtores e oito injetores alternados de água e gás. O campo é operado pela Petrobras (88,89%), em parceria com as chinesas CNPC (3,67%) e CNOOC (7,34%).

Para essa contratação, a estatal adotará o modelo BOT (Build-Operate-Transfer), no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Posteriormente a operação será transferida para a Petrobras.

As empresas interessadas em participar do processo de contratação de Búzios 12 terão o prazo de 180 dias para submeterem suas propostas. O percentual mínimo de conteúdo local é de 25%.

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