Petróleo

Petrobras não vai parar nenhum projeto por queda do petróleo, diz diretora

Diretora Sylvia Anjos afirma que planos são resilientes a preços de até US$ 28/barril e destaca novo hub de gás no pré-sal

Sylvia Anjos é diretora de Exploração e Produção da Petrobras (Foto Roberto Farias/Agência Petrobras)
Sylvia Anjos é diretora de Exploração e Produção da Petrobras (Foto Roberto Farias/Agência Petrobras)

A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse nesta quarta-feira (9/4) que a estatal não vai parar nenhum projeto por conta da queda do preço do petróleo. Ela informou que todos os projetos da companhia são resilientes ao preço de até US$ 28 o barril.

“Tudo é de longo prazo. Aprovamos os projetos resilientes, projetos que vão ser instalados daqui a 2, 3, 4, 5 anos”, comentou a diretora, após participar do Fórum Brasileiro de Líderes de Energia Óleo e Gás, na Fundação Getulio Vargas (FGV).

“Eu sou otimista, mas se você olhar, depois do que passamos em 2020 (pandemia do covid-19), isso aqui é brincadeira”, avaliou a executiva, referindo-se à forte queda do preço do petróleo nos últimos dias, por conta da guerra comercial promovida pelos Estados Unidos.

Perguntada sobre uma possível redução do preço dos combustíveis pela estatal, como vem pleiteando o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), a executiva evitou comentar, por não ser decisão da sua área.

Ela destacou, porém, que o aumento da produção de gás natural, outra demanda do governo, está sendo cumprida.

Silveira estava previsto para o evento, mas ficou em Brasília de “stand by” para uma possível reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, informaram os organizadores do encontro.

“Mas o que eu posso dizer, que é uma coisa muito positiva, que o governo deseja, que é gás, nós aprovamos na diretoria, vocês viram, o projeto Búzios 12 com exportação de gás”, informou Sylvia Anjos.

A diretoria da Petrobras aprovou recentemente a licitação para 12ª plataforma para o campo de Búzios, grande aposta da Petrobras para o aumento da produção no pré-sal da bacia de Santos.

“O maior campo do mundo em água profunda, que é Búzios, vai mais uma vez estar com o projeto de ser um hub de exportação de gás. Não só pro Búzios 12, mas pro Búzios 10, que é outra plataforma que vai escoar por lá. Ou seja, no futuro, quando o óleo acabar, vai vindo gás”, avaliou a diretora.

“Isso é algo totalmente alinhado com o que o governo está pedindo, o ministro está solicitando. E essa é a resposta, esse é o nosso primeiro projeto (de gás)”, afirmou.

Margem Equatorial

Sylvia disse ainda, que o Ibama deve fiscalizar o Centro de Reabilitação e Despetrolização do Oiapoque nos próximos dias, “provavelmente vai ser logo”, e que mais nenhuma exigência foi feita até o momento para a concessão de licença ambiental para exploração do bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira.

“Depois da inspeção, a expectativa é que liberem a autorização pré-operacional (APO) e depois a licença”, concluiu a diretora, sem estimar quando seria concedido o documento, anteriormente previsto por ela para abril.

Ibama ainda definirá data para vistoria da base no Oiapoque (AP)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou nesta terça-feira (8/4), via nota, que houve o recebimento, no último dia em 7 de abril, da comunicação formal da Petrobras sobre a conclusão das obras do Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna de Oiapoque (AP).

O órgão disse que a solicitação seguirá para avaliação dentro dos trâmites previstos no processo de licenciamento ambiental. A data para a vistoria técnica na base ainda será definida.

Em maio de 2023, o Ibama rejeitou o pedido de licença para o bloco FZA-M-59. A Petrobras havia apresentado Belém (PA) como base de atendimento a uma eventual emergência, como vazamento, a 870 quilômetros de distância do bloco. Esse foi o ponto central para a rejeição do pedido, após a terminação em todas as instâncias.

Desde então, em pedido de reconsideração, a Petrobras apresentou a proposta de construção de uma base avançada de atendimento à fauna em Oiapoque (AP) e uma unidade móvel de recepção em Vila Velha do Cassiporé, distrito do município de Oiapoque.

Essa estrutura é pensada para atendimento em caso de acidente com vazamento de óleo. Uma avaliação conclusiva do Ibama não tem data prevista.

Em outubro de 2024, um parecer técnico do Ibama apontava que haviam sido identificados “elementos suficientes” para o órgão ambiental rever a posição inicial de indeferimento do pedido da Petrobras para a perfuração marítima no bloco.

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