A Transpetro, subsidiária da Petrobras, lança na segunda-feira (17/2) a segunda licitação do programa de ampliação e revitalização da frota de navios, em evento no terminal de Angra dos Reis (RJ) com o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Na ocasião, a Petrobras também assina protocolo de intenções para o reaproveitamento de plataformas que serão desmobilizadas.
A nova licitação da Transpetro prevê a contratação de oito navios gaseiros, com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos. Veja os detalhes abaixo.
As novas embarcações vão permitir à companhia carregar amônia, além de triplicar a capacidade da Transpetro de transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP) e derivados.
“Com essa contratação, vamos aumentar de seis para 14 o número de navios da nossa frota de gaseiros, ampliando a capacidade de transporte de 36 mil para até 108 mil metros cúbicos”, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, em nota.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a ampliação da frota reduz a exposição da companhia aos afretamentos.
“A contratação dos gaseiros que anunciamos hoje está em linha com nossos esforços para renovação e ampliação da frota da Transpetro e com o aumento gradativo da nossa produção de gás natural”, afirmou.
É mais uma etapa do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras, lançado em julho de 2024. A iniciativa marca a retomada da contratação própria de navios pela estatal, tema caro ao presidente Lula.
A primeira etapa das licitações foi concluída em janeiro, com a contratação de quatro navios da classe handy.
Ao todo, o programa prevê a contratação de 25 navios, sendo que 16 estão no plano de negócios 2025-2029 da estatal.
A Transpetro prevê divulgar em junho de 2025 outro processo para a aquisição de quatro embarcações de médio porte (MR1), com capacidade de 35 mil toneladas de Porte Bruto (TPB). A companhia já iniciou os estudos para essa próxima contratação.
Detalhes da contratação
A licitação dos gaseiros será dividida em dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio.
Um dos lotes prevê cinco navios, sendo três embarcações de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos de capacidade. Esses gaseiros serão do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados.
Já o outro lote contempla a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semirefrigerado. Essas embarcações também poderão carregar amônia, produto que ainda não é transportado pela Transpetro.
Com um prazo de 90 dias para apresentação das propostas, a licitação é pública e internacional.
O primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após assinatura do contrato, com as entregas dos demais de forma sucessiva a cada seis meses.
As especificações dos navios preveem que os gaseiros emitam 30% menos gases de efeito estufa do que a frota atual e devem estar aptos para atuar em portos eletrificados.
Reaproveitamento de plataformas
Os protocolos de intenções para a reutilização das plataformas serão assinados com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), a Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (Abeemar) e o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP).
As entidades vão promover estudos para viabilizar o reaproveitamento das unidades.
Ao todo, a Petrobras planeja desmobilizar 10 plataformas até 2029. Segundo a companhia, a eventual reutilização pode ajudar a reduzir custos logísticos, fortalecer a base de fornecedores e melhorar práticas de sustentabilidade.