BRASÍLIA – A diretora de assuntos corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti, afirmou que espera, ainda para 2024, uma resposta do Instituto Nacional de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quanto à exploração de petróleo na Margem Equatorial.
Em entrevista coletiva nesta segunda (14/10), Coppetti reforçou que a companhia cumpriu com todas as pendências apontadas pelo órgão após a apresentação de uma nova base de proteção à fauna no Oiapoque (AP).
A região é a principal aposta da Petrobras para repor reservas a partir da próxima década. A estatal aguarda a liberação do órgão ambiental para prosseguir com uma perfuração na Bacia da Foz do Amazonas. O pedido foi negado, mas a estatal entrou com um recurso.
Para a diretora de exploração e produção, Sylvia dos Anjos, é necessária a perfuração de mais poços para avaliar o sistema petrolífero da Margem. Ela ressalta que o sistema é semelhante ao da Bacia de Campos, onde há vários poços em águas rasas.
“Quase 600 poços já foram perfurados na Margem Equatorial. Nós descobrimos vários pontos no Rio Grande do Norte. Foram perfurados poços inclusive na Foz do Amazonas. O lugar onde a gente vai perfurar o poço não é um paraíso ecológico isolado, está a 170 quilômetros da costa, num lugar onde circulam anualmente mais de 1.100 embarcações”, disse Dos Anjos.
Ela ressaltou a grande capacidade técnica da Petrobras em perfurar poços e lembrou que o risco que de derramamento não ocorre na atividade da perfuração.
Para contornar o risco, a diretora de E&P afirmou que a empresa trabalha em sistema de proteção de embarcações.
Lula defende exploração na Margem Equatorial
O presidente Lula defendeu, em diversas oportunidades, que o Brasil deve explorar petróleo na região. Ele chegou a afirmar que chamaria o Ibama e a Petrobras para sentar à mesa e decidir sobre a exploração.
Magda Chambriard, CEO da companhia, chegou a dizer que a Petrobras “perdeu dez anos” e que uma questão que não teve solução durante esse período “dificilmente será resolvido tecnicamente”. O bloco foi adquirido em 2013 e dificuldades no licenciamento fizeram com que outras empresas desistissem de projetos na região.