Petróleo e Gás

Petrobras aprova novas regras para remunerar acionistas

Segundo a empresa, as mudanças fazem parte da mudança estratégica para investimento de baixo carbono

Petrobras aprova nova política de dividendos para a remuneração de acionistas, em linha com outras majors. Na imagem: O edifício sede da Petrobras (Edise), no centro da cidade do Rio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
O edifício sede da Petrobras (Edise), no centro da cidade do Rio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O conselho de administração da Petrobras aprovou a redução do percentual do fluxo de caixa livre para remuneração de acionistas de 60% para 45%. A revisão de sua política de dividendos foi anunciada nesta sexta (28/7).

A decisão foi tomada pela maioria do conselho de administração. Foi mantido o pagamento de dividendos em periodicidade trimestral. Além disso, foi feita uma atualização da regra de recompra de ações.

“O eventual lançamento de programa de recompra de ações relacionado à política de remuneração terá sempre como objetivo a manutenção das ações adquiridas em tesouraria e seu posterior cancelamento”, informou a Petrobras.

Os valores alocados aos programas de recompra de ações serão abatidos da fórmula de distribuição de dividendos, com o desconto dos montantes gastos com recompra a cada trimestre, conforme reportado na demonstração dos fluxos de caixa consolidados, diz a nota.

A redução da parcela de fluxo de caixa livre destinada à distribuição de dividendos e a criação de uma regra de recompra já haviam sido anunciadas pela nova diretoria da Petrobras, sob comando de Jean Paul Prates.

Segundo a empresa, as mudanças fazem parte da mudança estratégica para investimento de baixo carbono.

“Tornou-se importante em razão da revisão dos elementos estratégicos para o plano estratégico 2024-2028 (PE 2024-28), bem como da aprovação do direcionador de investimento de baixo carbono entre 6% e 15% do capex”.

A meta de elevação dos aportes em iniciativas de baixo carbono, que não se limitam à geração de energia renovável, havia sido anunciada em junho.

Estratégia de recompra de ações

Os programas de recompra de ações (buyback, em inglês) são uma alternativa utilizada por empresas de capital aberto para remunerar os acionistas.

Particularmente no setor de óleo e gás, foi uma prática comum com a disparada do lucro das petroleiras internacionais em 2022, na esteira da disparada dos preços do óleo.

“Essa inclusão da recompra na política busca alinhar a Petrobras às suas principais pares internacionais, que vêm realizando robustos programas de recompra de ações, em complemento ao pagamento de dividendos”, diz o comunicado desta sexta (28/7).

Shell, TotalEnergies e Repsol anunciaram recompras de ações de quase US$ 6 bilhões na quinta (27/7), apesar de registrarem uma queda média no lucro líquido ajustado de mais de 50%. As informações são da Bloomberg. Foi mais uma prova de que o setor continua priorizando a remuneração de investidores

O que é a recompra de ações?

O buyback é um mecanismo pelo qual a administração de uma empresa de capital aberto compra ações que a mesma companhia, anteriormente, emitiu no mercado (daí o termo recompra).

Uma vez recompradas as ações, a empresa pode optar por cancelar os papéis para diminuir, assim, o número de ações em circulação, como optou a Petrobras.

Outra opção seria custodiá-las em tesouraria, para esperar um melhor momento para revendê-las, por exemplo. Em junho, a agência epbr mostrou os principais fundamentos de programas de recompra. Veja na íntegra