RIO — A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (24/4) que três das 18 novas plataformas previstas para entrarem em operação entre 2023 e 2027 vão atrasar.
A companhia revisou o cronograma dos projetos de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, e Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos.
- a data do início da produção de Búzios 7 (FPSO Almirante Tamandaré) foi postergada de 2024 para 2025;
- o projeto Integrado Parque das Baleias (FPSO Maria Quitéria) passou de 2024 para 2025;
- e Búzios 10 (P-82) de 2026 para 2027.
A petroleira esclareceu, no comunicado ao mercado, que não são esperados impactos nas metas de produção de óleo e gás natural, “considerando o portfólio consolidado de ativos e projetos da companhia”.
No plano estratégico atual, a Petrobras espera aumentar a sua produção comercial de óleo e gás de 2,3 milhões de barris diários de óleo equivalente (boe/dia) em 2023 para 2,8 milhões de boe/dia em 2027.
Indústria de óleo e gás convive com atrasos
As três FPSOs estão contratadas com fornecedores diferentes: SBM Offshore (Almirante Tamandaré), Yinson (Maria Quitéria) e Sembcorp Marine Rigs & Floaters (P-82).
A Petrobras não esclareceu os motivos do adiamento dos projetos.
A indústria petrolífera convive com atrasos nos cronogramas e aumento dos custos da cadeia de bens e serviços, desde a recuperação das atividades do setor após o choque de preços de 2020.
A Equinor, por exemplo, adiou, de 2024 para 2025, a previsão de início da produção no campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos.
A petroleira norueguesa alegou que a pandemia afetou o cronograma dos projetos como um todo na indústria global de óleo e gás.
“Acho que todos os projetos foram prejudicados pela covid-19 e não apenas os estaleiros na Ásia, mas em todo o mundo e também na Noruega. Estamos nos recuperando disso agora”, afirmou, em fevereiro, o presidente da Equinor, Anders Opedal.
Já a Shell decidiu reavaliar o projeto de desenvolvimento da produção de Gato do Mato, descoberta nos blocos exploratórios BM-S-54 e Sul de Gato do Mato, na Bacia de Santos.
A empresa entende que aumentos significativos de custos, aliados a uma contínua incerteza, afetam o andamento do projeto. A multinacional quer mais tempo para reavaliar o escopo, desenvolvimento e estratégia de contratação para o campo.