RIO – A Petrobras estima que a produção projetada para o ano de 2024 pode ter um impacto de até 2% com a redução das atividades no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os servidores do órgão estão em operação padrão desde janeiro.
Segundo o diretor executivo de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, o impacto pode ser da grandeza de 60 mil barris por dia na extração média anual. Ao todo, a estatal planejava encerrar 2024 com uma média de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/dia), segundo o plano de negócios divulgado no ano passado.
“Tudo isso está dentro do nosso nível de risco e a gente deve entregar uma produção bem consistente com o planejado”, afirmou em teleconferência com analistas nesta terça-feira (14/5).
O diretor disse que a estatal tem conseguido dialogar com o Ibama para seguir com projetos prioritários. Os impactos ocorrem sobretudo na emissão de licenças ambientais para perfuração de poços e para campanhas de levantamento sísmico.
Entretanto, não há expectativa de atrasos na entrada em operação das cinco plataformas programadas para 2024 e 2025. A previsão da estatal era interligar 30 novos poços este ano às unidades de produção.
Um dos projetos afetados é a área de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. O campo vai receber a terceira plataforma, o FPSO Marechal Duque de Caxias, este ano.
Mendes garantiu que o impacto não está concentrado em um único projeto e que vai afetar vários campos.
Análise de impacto indígena não é adequada, diz Petrobras
A Petrobras não vai fazer os estudos de análise de impacto a indígenas para a exploração na Bacia da Foz do Amazonas no atual estágio do projeto, disse Mendes. O Ibama solicitou à estatal a entrega da análise para reavaliar o pedido de licenciamento ambiental na região.
No ano passado, o órgão ambiental negou a licença para a perfuração, mas a Petrobras entrou com um pedido de reconsideração, que ainda está em análise.
Segundo o diretor, a avaliação do impacto aos indígenas está prevista na lei apenas no caso de ocorrer uma descoberta. A decisão por não realizar os estudos foi comunicada pela estatal à Advocacia Geral da União (AGU).
“Temos interagido com a AGU e estamos esperando que ela tenha uma interação com o Ibama. Esse pedido não é adequado nesse momento em que estamos nesse licenciamento”, afirmou.