Petróleo

Opep reafirma previsões para avanço da demanda global por petróleo em 2025 e 2026

Cartel prevê crescimento da demanda em 1,3 milhão de barris por dia neste ano, somando 105,14 milhões de bpd em 2025

Logo da Opep na fachada do edifício sede da organização, em Viena, na Áustria (Foto Divulgação)
Fachada do edifício sede da organização, em Viena, na Áustria (Foto Divulgação)

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reafirmou sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity este ano, em 1,3 milhão de barris por dia (bpd). Se confirmada a projeção, o consumo global somaria 105,14 milhões de bpd em 2025, segundo relatório mensal divulgado nesta quarta-feira (12/11).

Para 2026, a Opep também manteve a projeção de alta na demanda, em 1,4 milhão de bpd, o que traria o consumo total para 106,52 milhões de bpd.

Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve registrar aumentos de cerca de 100 mil bpd neste e no próximo ano, projeta a Opep.

Fora da OCDE, a expectativa é de acréscimos de 1,2 milhão de bpd tanto em 2025 quanto em 2026.

Organização eleva previsão para alta da oferta de petróleo fora da Opep+ em 2025 para 900 mil bpd

A Opep elevou a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep+ este ano em 100 mil barris por dia (bpd), para 900 mil bpd. De acordo com o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.

Para 2026, a Opep+ reafirmou sua projeção de alta na oferta do petróleo fora do grupo, em 600 mil bpd.

Como resultado, a organização espera que a produção total fora da Opep+ some 54,11 milhões de bpd em 2025 e 54,75 milhões de bpd no próximo ano.

Ainda no relatório, a Opep informa que a produção da Opep+ teve queda de 73 mil bpd em outubro ante setembro, para uma média de 43,02 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.

Opep mantém previsões para crescimento do PIB global em 2025 e 2026

A organização manteve sua previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2025, em 3%. Para 2026, a projeção de avanço da economia global também ficou inalterada, em 3,1%.

No caso do PIB dos EUA, a Opep continua esperando acréscimos de 1,8% este ano e de 2,1% no próximo. As projeções de crescimento da China também foram reafirmadas, em 4,8% para 2025 e 4,5% para 2026.

Também não houve ajustes para o PIB da zona do euro, que deve crescer 1,2% tanto este ano quanto no próximo, segundo a Opep.

Cartel mantém projeções para produção de petróleo do Brasil e vê leve alta anual em setembro

Opep manteve suas projeções para a produção de combustíveis líquidos do Brasil, estimando que a oferta total, incluindo biocombustíveis, aumentará cerca de 200 mil barris por dia (bpd) em 2025, para uma média de 4,4 milhões de bpd, segundo o relatório mensal de novembro divulgado pelo cartel.

A entidade informou que a produção total de líquidos do país ficou praticamente estável em setembro, em 4,6 milhões de bpd, alta de 400 mil bpd em relação a um ano antes. A produção de petróleo bruto subiu 15 mil bpd no mês, para 3,9 milhões de bpd, impulsionada por novos projetos.

Já a de líquidos de gás natural (NGLs) caiu 16 mil bpd, para cerca de 80 mil bpd, e deve permanecer estável em outubro, enquanto a de biocombustíveis ficou próxima de 700 mil bpd, inalterada na comparação mensal.

Para 2026, a Opep prevê novo avanço, com produção média próxima de 4,5 milhões de bpd, projeção inalterada em relação a agosto, sustentada pela expansão de campos como Búzios (Franco), Mero (Libra NW), Tupi (Lula), Marlim, Peregrino, Atlanta, Bacalhau e Norte Capixaba, além do Parque das Baleias.

O relatório cita que a Equinor iniciou em outubro a produção no campo de Bacalhau, no pré-sal da Bacia de Santos, por meio de uma plataforma FPSO com capacidade para 220 mil bpd.

No cenário macroeconômico, a Opep manteve as previsões de crescimento do PIB brasileiro em 2,3% em 2025 e 2,5% em 2026, com inflação em torno de 5% no próximo ano.

O cartel observou que a economia segue “resiliente, apoiada por uma forte demanda doméstica”, mas alertou que o alto endividamento público e as tarifas norte-americanas de 50% sobre importações do Brasil ainda representam riscos.

A organização destacou ainda que o Banco Central do Brasil deve preservar a taxa Selic em níveis elevados até o primeiro semestre de 2026 em razão da persistência de pressões inflacionárias, especialmente em serviços. O documento aponta que o mercado de trabalho permanece apertado mesmo com a menor taxa de desemprego em uma década.

A organização nota, contudo, que a recente reforma do Imposto de Renda (IR) e a melhora nas relações comerciais com os Estados Unidos podem sustentar o crescimento em 2026, à medida que tarifas sejam gradualmente reduzidas.

Por Sergio Caldas e Pedro Lima

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias