A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep+ em 2025, em 800 mil barris por dia (bpd), segundo relatório mensal publicado nesta segunda-feira (13/10). De acordo com o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.
Para 2026, a Opep+ também reafirmou sua projeção de alta na oferta do petróleo fora do grupo, em 600 mil bpd.
Como resultado, a organização espera que a produção total fora da Opep+ some 54,01 milhões de bpd este ano e 54,64 milhões de bpd em 2026.
Ainda no relatório, a Opep informa que a produção da Opep+ teve aumento de 630 mil bpd em setembro ante agosto, para uma média de 43,05 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.
A Opep+ engloba a Rússia e outros produtores de petróleo que não integram a Opep.
Já a previsão de crescimento da demanda global pela commodity este ano foi reafirmada em 1,3 milhão de bpd. Se confirmada a projeção, o consumo global somaria 105,14 milhões de bpd em 2025, segundo relatório mensal divulgado nesta segunda-feira.
Para 2026, a Opep também manteve a projeção de alta na demanda, em 1,4 milhão de bpd, o que traria o consumo total para 106,52 milhões de bpd.
Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve registrar aumentos de cerca de 100 mil bpd neste e no próximo ano, projeta a Opep. Fora da OCDE, a expectativa é de acréscimos de 1,2 milhão de bpd tanto em 2025 quanto em 2026.
Queda na produção de petróleo do Brasil em agosto
A Opep estima que a produção total de combustíveis líquidos do Brasil caiu 68 mil de bpd em agosto, a 4,7 milhões de bpd, afastando-se do nível recorde alcançado em julho, de 4,8 milhões de bpd. O resultado reflete a queda de mesma quantidade — 68 mil bpd — na produção brasileira total de petróleo em agosto, a 3,9 milhões de bpd, conforme relatório mensal divulgado hoje pelo cartel.
Apesar disso, a Opep manteve a expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil neste ano e no próximo. Em 2025, o cartel prevê crescimento de cerca de 230 mil bpd, a uma média de 4,4 milhões de bpd. Para 2026, a Opep ainda projeta aumento na oferta de 160 mil bpd, a 4,5 milhões de bpd. Ambos os números seguem inalterados em relação a julho.
Crescimento econômico do Brasil
A Opep também manteve inalteradas suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos dois anos.
Segundo o relatório, o PIB do Brasil avançará 2,3% em 2025 e 2,5% em 2026, com riscos de baixa provocados pelo nível elevado das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelos desafios relacionados ao déficit fiscal.
O cartel também manteve previsão de que a inflação ficará elevada em torno de 5% em 2025. Considerando a ata de setembro do BC do Brasil, a Opep espera manutenção da taxa de juros Selic até pelo menos o final do primeiro semestre de 2026.
Por Sergio Caldas e Laís Adriana