Petrobras volta a considerar plataforma de liquefação de gás para o pré-sal

gerente executivo de Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa Lima e Silva
gerente executivo de Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa Lima e Silva
Rodrigo Lima e Silva: FLNG volta a ser estudado pela Petrobras

O gerente executivo de Gás Natural da Petrobras, Rodrigo Costa Lima e Silva, afirmou nesta quinta (30) que a companhia estuda a viabilidade de projetos de liquefação de gás natural offshore (FLNG) brasileiro para atender à oferta crescente de gás do pré-sal. O projeto, se adotado, deve ser definido até 2022 para ser implementado até 2025 em parceria com outras empresas do setor.

FLNG são plataformas flutuantes equipadas para produzir e liquefazer gás natural produzido em campos marítimos.

Para Lima, um eventual projeto de liquefação de gás seria primeiro desenvolvido com o objetivo de fornecer gás nacionalmente, com cabotagem entre os terminais, mas a opção de comercialização no mercado internacional não está excluída. O objetivo da Petrobras é criar essa infraestrutura de forma compartilhada com outros produtores.

“Toda essa infraestrutura de offload, processamento de gás e eventual estrutura de liquefação seguramente tem que ser compartilhada por todos os produtores”, disse o executivo, após participar de debate na OTC Brasil 2019, no Rio.

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Atualmente, a Petrobras chega a reinjetar 50 milhões de m³ por dia gás natural, boa parte para recuperação secundária de óleo. Com a expansão do pré-sal, a empresa considera que a oferta de gás natural deve crescer em um volume que é quase igual à sua atual capacidade de produção do país, de 78 milhões de m³ por dia.

A companhia tem o objetivo de possuir entre 50% e 60% do mercado de gás do Brasil ao final do seu atual processo de desinvestimento.

O ano de 2022 é visto como a data limite para definição sobre a opção de desenvolvimento de uma infraestrutura de liquefação de gás para atender às demandas dos leilões que estão ocorrendo atualmente.

Segundo Lima, esse limite visa garantir que a solução esteja de pé para dar vazão ao grande incremento esperado entre 2025 e 2030 para a oferta de gás do pré-sal.

O prazo também está relacionado com a perspectiva de saturação das três rotas de gasodutos que já estão sendo instaladas.”Temos que estar pensando nesses próximos cinco anos nessas infraestruturas para, ocorrendo sucesso nesses projetos exploratórios, elas venham a tempo”, diz.

Para ele, no entanto, ainda há um desafio enorme em viabilizar esse tipo de infraestrutura a custos baixos, enquanto os cenários de preço para o setor são cada vez mais desafiadores. No começo da década de 2010, a própria Petrobras já considerou a possibilidade de uma estrutura de liquefação para a produção de gás offshore. O plano, no entanto, não foi adiante.

Hoje a gente vê cerca de cinco projetos no mundo que já estão fazendo a liquefação offshore, uma tecnologia que avançou bastante”, disse Lima. “O mercado já tem um conhecimento maior (dessa prática) do que comparado a 10 anos atrás”, afirmou.

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