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Petrobras começa a reciclar plataformas no Brasil

Ecovix e a Gerdau vão fazer o descomissionamento da plataforma P-32, parte do projeto de revitalização de Marlim e Voador

Petrobras inicia reciclagem de plataformas no Brasil. Na imagem: Plataforma P-32 que será descomissionada pela Ecovix e Gerdau (Foto: Geraldo Falcão/Agência Petrobras)
Plataforma P-32 que será descomissionada pela Ecovix e Gerdau (Foto: Geraldo Falcão/Agência Petrobras)

A Petrobras concluiu nesta sexta-feira (7/7) a primeira licitação para a reciclagem de plataformas de óleo e gás destinado exclusivamente ao mercado brasileiro. A Ecovix e a Gerdau venceram o leilão e serão responsáveis pelo descomissionamento da P-32.

Os trabalhos de desmantelamento devem começar em 90 a 120 dias no Estaleiro Rio Grande, no RS. A previsão é que durem 12 meses. Em seguida, a Gerdau usará a sucata metálica gerada como matéria-prima para produção de aço em suas usinas de Charqueadas (RS) e Sapucaia do Sul (RS).

Após a quitação do lance vencedor, a Gerdau apresentará o plano de reciclagem da plataforma, incluindo todas as etapas, do recebimento da unidade até a destinação final dos resíduos.

A Gerdau é a maior recicladora de sucata metálica da América Latina: cerca de 71% do aço produzido pela companhia é proveniente do processo de reciclagem. A companhia transforma mais de 11 milhões de toneladas do material em aço anualmente.

Expectativa de novos negócios

Em Rio Grande, a expectativa é da geração de 250 vagas de emprego para o processo.

“Essa será a maior unidade marítima já desmantelada no Brasil”, disse Robson Passos, diretor-presidente do Grupo Ecovix, em comunicado distribuído pela empresa.

Passos disse que a empresa quer aproveitar as oportunidades que vão surgir no mercado de descomissionamento. Ele ressaltou que existem 26 outras unidades a serem desmobilizadas pela Petrobras.

Revitalização de Marlim e Voador

A iniciativa é parte do plano de revitalização dos campos de Marlim e de Voador, que envolve a retirada de 10 unidades de produção e a instalação de duas novas unidades, os FPSO Anna Nery e Anita Garibaldi.

O FPSO Anna Nery começou a produzir em maio. A unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência pode produzir até 70 mil barris de óleo e 4 milhões de m³ de gás por dia.

Reciclagem verde

Em maio, a Shell fechou um acordo com a Modern American Recycling Services (MARS), para desmantelamento e reciclagem do FPSO Fluminense, que opera nos campos de Bijupirá e Salema, na Bacia de Campos. A embarcação será sucateada na Dinamarca.

O FPSO Fluminense começou a operar há 20 anos na Bacia de Campos. Foi o primeiro projeto da Shell no Brasil. Com a unidade de produção, a primeira estrangeira a produzir petróleo em escala comercial no país, após a abertura do mercado no fim da década de 1990