O anuncio feito pela Petrobras na última semana de adiamento em um ano do início da produção da plataforma contratada com a Modec que será instalada no campo de Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos, é um indicativo de que a empresa, na revisão do seu Plano de Negócios, que será anunciada até dezembro, deve fazer um rearranjo no início da produção de seus projetos. A Petrobras ainda tem sete unidades de produção previstas no atual planejamento a serem contratadas para produzir entre 2020 e 2021.
É pouco provável que consiga manter o primeiro óleo de Libra 1, por exemplo, para 2021. A unidade, que recentemente teve pedido de isenção de conteúdo local parcialmente aceito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), teria que ser construída em tempo recorde, algo complexo para um FPSO que terá uma planta de processamento de gás natural de 12 milhões de m3/dia.
Também não é igualmente provável que a empresa consiga manter o primeiro óleo do projeto de Búzios 5, previsto para 2020, no mesmo prazo. A Petrobras está atualmente licitando a plataforma e deve receber propostas em meados de dezembro. A plataforma terá o mesmo tamanho da unidade de produção do campo de Libra.
Ainda para 2020, o atual planejamento da petroleira prevê a entrada em operação da primeira plataforma do projeto de revitalização do campo de Marlim, na Bacia de Campos. Como este é um projeto sem conteúdo local, já que é uma área descoberta pela Petrobras antes do fim do monopólio, pode ser contratado todo no exterior, o que, em tese, pode fazer com que o cronograma seja mantido.
A Petrobras trabalha internamente com prazo de três anos e meio ou 42 meses entre a contratação das plataformas e sua entrada em operação. Seguindo essa métrica e mantendo o atual cronograma, todos os projetos que vão entrar em operação em 2021 precisam ser contratados em 2018.
Ficaria então para o próximo ano a contratação de duas unidades de produção para Marlim, a segunda plataforma de Libra, uma plataforma para revitalização do Parque das Baleias, na parte capixaba da Bacia de Campos, e uma última o campo de Itaipu, na Bacia de Santos. Também ficaria para 2018 a conclusão da contratação do FPSO que será instalado no módulo 5 de Búzios.
É pouco provável que a Petrobras mantenha um cronograma tão apertado para a contratação de unidades de produção desta forma. A tendência natural, como aconteceu no caso de Sépia, é que alguns desses projetos tenham seu primeiro óleo postergado para em um ou dois anos.