Pandemia e crise no mercado de óleo levam a um novo corte da produção brasileira, pela Petrobras

FPSO P-54 no campo de Roncador, na Bacia de Campos, operado pela Equinor
FPSO P-54 no campo de Roncador, na Bacia de Campos, operado pela Equinor

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Felipe Maciel, Guilherme Serodio e Larissa Fafá
Editada por Gustavo Gaudarde
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A Petrobras anunciou nesta quarta (1º) que o corte de produção, em resposta à crise n mercado de petróleo, será ampliado para 200 mil barris/dia, por prazo indefinidos – na semana passada, havia comunicado corte de 100 mil barris/dia, em março.

— “Para definição dos campos que terão sua produção diminuída, a Petrobras levará em consideração condições mercadológicas e operacionais. A duração da restrição, assim como potenciais aumentos ou diminuições, será continuamente avaliada”.

— Sem precisar qual será o fator de utilização do parque de refio, também informou que “está ajustando o processamento de suas refinarias, em linha com a demanda por combustíveis”. Faz parte do plano de resiliência e inclui outras medidas como postergação de gratificações e redução de jornadas de trabalhoepbr

— Na semana passada, o presidente da companhia, Roberto Castello Branco, afirmou que é preciso preparar a companhia para viver com petróleo abaixo de US$ 25 por barril.

— O preço da commodity segue em queda nesta semana, com contratos do Brent vencendo em junho na mínima de US$ 24,71 nesta quarta (1º), após recuo de 0,26% ontem, a US$ 26,35.

A BP anunciou corte de 25% dos investimentos previstos para 2020, para US$ 12 bilhões, seguindo movimentos de outras grandes petroleiras, como a própria Petrobras, a Shell e a Total.

— “Este pode ser o ambiente mais brutal para as empresas de petróleo e gás em décadas, mas estou confiante que vamos superar – sabemos o que fazer e já fizemos antes”, afirmou o CEO da BP, Bernard Looney. Platts

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Petrobras tenta flexibilizar seus contratos com as transportadoras de gás natural, na esteira da renegociação de seus acordos com as distribuidoras regionais. Segundo o Valor, todas as distribuidoras pedem redução dos compromissos de take or pay.

— Isso leva a Petrobras a demandar suas obrigações de pagamento às transportadoras de gás natural. Em meio a crise do coronavírus, a demanda por energia no país sofreu um baque, afetando o gás natural, energia elétrica e combustíveis. Valor

— Nesta semana, a Petrobras deu continuidade à venda da sua participação de 10% na NTS, remanescente da operação de venda de 90% realizada em 2017.  A Brookfield Brasil tem 82,35% da transportadora, ao lado de Itaúsa, com 7,65%.

A Unica, que representa produtores de etanol e açúcar, afirmou que o cancelamento ou redução de contratos, durante a crise do coronavírus, significa penalizar o elo mais frágil da cadeia de etanol e vai provocar demissões nas usinas.

— Em nota publicada hoje (1º), a associação afirma que “tal movimento tem força suficiente para destruir, sem qualquer fundamento jurídico ou econômico, uma parte importantíssima da cadeia sucroenegética, que, em sua base, é formada por milhares de produtores rurais e seus colaboradores às vésperas de uma safra desafiadora”.

— É uma resposta à decisão de distribuidoras e combustíveis de reduzir as compras de etanol, alegando força maior para revisar cláusulas contratuais.

Grandes consumidores de energia, representados pela Abrace, pedem que o governo federal assuma despesas com subsídios e encargos do setor elétrico para para diminuir, temporariamente, o custo na energia para o setor produtivo.

— A principal sugestão é a desoneração de encargos e subsídios para todo o mercado, com as despesas bancadas por três meses pelo Tesouro Nacional. De acordo com a associação, a estimativa é que o custo durante o período seja de R$ 9 bilhões. epbr

Petrobras e os sócios em Libra ganharam mais cinco anos para explorar o bloco, no pré-sal da Bacia de Santos. A diretoria da ANP aprovou a revisão do plano de avaliação de descoberta (PAD) do poço 3-BRSA-1267-RJS, um poço de extensão da descoberta original de Libra, que prevê campanhas adicionais nas áreas Sudeste e Central do bloco.

— Sudeste: o consórcio liderado pela Petrobras precisa decidir em 31 de dezembro deste ano se assume o compromisso de perfuração de um poço adicional ou se devolverá a área. Até lá, precisa concluir o processamento de dados sísmicos – inversão acústica e elástica sobre o dado LSRTM.

— Central: ponto de decisão ficou para junho de 2024, também para decidir se perfura um poço de exploração ou devolve a área. Até lá, a Petrobras analisa a aplicação de uma tecnologia patenteada pela companhia para separação de CO2 e aumento da recuperação de óleo em campos do pré-sal, o HISEP.

— Com as mudanças, a fase de exploração de Libra foi postergada quase cinco anos, de março de 2020 (venceu no dia 1º), para 28 de fevereiro de 2025.

— Libra foi o primeiro bloco contratado pelo modelo de partilha de produção, em 2013. Nele, foi descoberto e delimitado o campo de Mero, em operação e com um sistema de produção dimensionado em quatro FPSOs.

Estão assinados os contratos dos excedentes da cessão onerosa. Petrobras conclui, então, a contratação de 90% dos excedentes de Búzios, ao lado de das estatais chinesas CNODC e CNOOC, com 5%, cada. Além de 100% de Itapu.

— Búzios é o maior campo em desenvolvimento no país, com quatro unidades próprias da Petrobras em operação, Búzios 5 contratado com a Modec para 2022 e a previsão de entrada em operação de Búzios 6, em 2024. Itapu está previsto para 2024, com um FPSO.

— Também foram assinados os contratos de Aram, área de exploração contratada na 6ª rodada de partilha, 80% da Petrobras e 20% da CNODC. Os dados existem apontam para um potencial de 29 bilhões de barris de óleo e gás natural in situ, considerando a estimativa provável (P50). Pode ser um dos maiores campos do país, no futuro.

O governo do Rio de Janeiro criou uma comissão para elaborar uma proposta de reforma da legislação estadual do setor de petróleo e gás. O objetivo é “modernizar” as regras do setor, tido pelo governo estadual como uma necessidade antiga, para simplificar e desburocratizar normas. epbr

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