Encomendas a estaleiros nacionais

Chambriard diz que políticas públicas viabilizaram retomada da construção naval

CEO da Petrobras participou de evento com presidente Lula no estaleiro Enseada, na Bahia

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de anúncios para o Estado da Bahia. Estaleiro Enseada, Maragogipe - BA.

Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de anúncios para o Estado da Bahia. Estaleiro Enseada, Maragogipe - BA. Foto: Ricardo Stuckert / PR

RIO — A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a retomada das encomendas a estaleiros brasileiros estão sendo viabilizadas por políticas públicas para a indústria naval, como o mecanismo de depreciação acelerada e o Fundo da Marinha Mercante (FMM). 

“É esse tipo de política pública que permite que esses navios sejam feitos no Brasil e não em outros países do mundo”, afirmou em evento com o presidente Lula (PT) no estaleiro Enseada, em Maragogipe (BA), para anunciar investimentos no estado na quinta-feira (9/10). Assista ao evento na íntegra no canal da agência eixos

Lula afirmou que voltou à presidência da República para dizer que “é preciso retomar a indústria naval brasileira” e que a Petrobras “é mais do que uma empresa de petróleo, é uma empresa de energia”. 

“Estou convencido de que a Petrobras ainda não deu tudo o que tinha que dar ao povo brasileiro”, afirmou.

A estatal anunciou a contratação do estaleiro baiano para a construção de seis barcos de apoio, do tipo PSV, em parceria com a CMM Offshore. 

A encomenda faz parte das 48 embarcações de apoio que a estatal prometeu contratar até  o final de 2026. Segundo Chambriard, 44 unidades já estão contratadas ou em contratação e as últimas quatro serão anunciadas até o final deste ano. 

A executiva também destacou que a Transpetro aprovou na semana passada a abertura de uma licitação para 20 navios empurradores, com investimentos estimados em R$ 800 milhões. 

“Nós estimamos que a maior parte dessas barcaças venha a ser construída aqui na Bahia nesse estaleiro”, afirmou em referência ao Enseada, que pertence à Novonor (ex-Odebrect).

A Petrobras assinou, ainda, um protocolo de intenções com o governo da Bahia para levar plataformas a serem descomissionadas para o canteiro de São Roque do Paraguaçu. 

Chambriard destacou que as plataformas serão “em princípio, descomissionadas parcialmente”.

“O que esperamos de vocês é que estejam preparados para que esse descomissionamento parcial se transforme em uma nova plataforma a ser produzida aqui na Bahia”, disse. 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG), destacou que para ter direito ao benefício da depreciação acelerada, as empresas precisam cumprir exigências de conteúdo local. 

“Isso representa garantia para que nosso aço, nossa engenharia  é nossa mão de obra seja valorizada”, disse. 

Os anúncios na Bahia incluíram ainda a retomada das operações na fábrica de fertilizantes (fafen). Os serviços de operação e manutenção para o início das atividades foram contratados em setembro

Segundo Chambriard, a retomada das fafens da Bahia e de Sergipe e da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), no Mato Grosso do Sul, vai permitir à companhia produzir 35% de todo o fertilizante consumido pelo Brasil

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