Leilões

Oferta permanente terá 379 blocos exploratórios

Próximo ciclo terá 347 blocos terrestres e 32 offshore, em seis bacias; veja os mapas

Bento Albuquerque, então Ministro de Minas e Energia, participa do Leilão de Oferta Permanente, no Rio de Janeiro (RJ), em 04/12/2020 (Foto: Cortesia MME)
Bento Albuquerque, então Ministro de Minas e Energia, participa do Leilão de Oferta Permanente, no Rio de Janeiro (RJ), em 04/12/2020 (Foto: Cortesia MME)

O 3º ciclo da oferta permanente, que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) programou para 13 de abril, vai oferecer 347 blocos terrestres e 32, no mar, totalizando 379 concessões.

É o único leilão de áreas exploratórias programado, até o momento, para 2022.

São áreas terrestres nas bacias Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Tucano. No mar, serão ofertados blocos em Santos e Pelotas, em dois setores em águas profundas.

Pelas regras, cada um dos 13 setores recebeu pelo menos uma manifestação de interesse.

Existem atualmente 79 empresas inscritas no leilão. Elas têm até 14 de março para apresentar garantias de oferta adicionais.

Rio Grande do Norte tem maior número de áreas

Áreas em oferta na Bacia Potiguar na oferta permanente (agência epbr, com dados da ANP).

De acordo com os setores indicados pela ANP para oferta na concorrência, a Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, será a região com o maior número de blocos em concessão.

Serão ofertados, ao todo, 179 blocos exploratórios que circundam campos de produção da Petrobras e áreas vendidas pela estatal, atualmente sob comando da PetroRecôncavo e da 3R Petroleum. As duas empresas estão inscritas no leilão.

A 3R Petroleum opera os polos Macau, Areia Branca e Potiguar, além do conjunto de campos de águas rasas do Polo Pescada/Arabaiana. O contrato de venda do Polo Potiguar foi assinado com a Petrobras no final de janeiro.

A PetroRecôncavo adquiriu, em 2019, os 34 campos do Polo Riacho da Forquilha. É controladora da Potiguar E&P, que venceu as chamadas públicas das distribuidoras de gás natural Potigás e PBGás.

As áreas em oferta na Bacia Potiguar também circundam os campos de Galo de Campina, Arribaçã, João de Barro, Iraúna, Rolinha e Campainha Azul, operados pela Imetame Energia.

Sergipe-Alagoas pode ser upside

Áreas em oferta permanente na Bacia de Sergipe Alagoas (agência epbr, com dados da ANP).

As 61 áreas exploratórias que serão ofertadas na Bacia de Sergipe-Alagoas podem ser oportunidade para novos entrantes e upside exploratório para a Origem Energia, que tem seus campos margeando todos os blocos exploratórios que serão ofertados no leilão de abril.

A empresa fechou recentemente a aquisição do Polo Alagoas, da Petrobras, que tem sete campos, sendo seis terrestres e um em águas rasas. Produção média do polo em 2021 foi de 1,62 mil bpd de óleo e condensado e 550 mil m³/d de gás, gerando 0,81 mil bpd de LGN.

O fechamento da operação vai permitir à Origem Energia fornecer gás natural para a Algás, distribuidora de Alagoas. A empresa foi vencedora da chamada pública realizada pela estatal, que ofertou até 740 mil m³/dia pelo período de 2 anos.

A Origem já fechou com a TAG a contratação na malha de dutos para o transporte do gás natural.

Na Bahia, áreas em duas bacias

Áreas em oferta permanente nas bacias do Recôncavo e Tucano Sul, na Bacia (agência epbr, com dados da ANP).

No 3º ciclo da oferta permanente, também poderão ser contratadas 89 áreas na Bahia, sendo 74 na Bacia do Recôncavo, pioneira da produção de petróleo no país, e outras 15, em Tucano Sul.

Os blocos estão próximos de projetos exploratórios e campos de produção da Imetame, Petrobras, PetroRecôncavo, 3R Petroleum, Origem Energia, Petroborn e Alvopetro.

A PetroRecônavo é a mais antiga operadora privada da região, operando áreas no Recôncavo desde 2000. A produção atual está na casa de 8.200 boe/dia, vinda de 26 concessões, sendo 12 operadas diretamente, cinco pela Recôncavo E&P e outras nove pela SPE Miranga, que controla o polo Miranga, comprado da Petrobras.

O polo compreende os campos terrestres de Miranga, Fazenda Onça, Riacho São Pedro, Jacuípe, Rio Pipiri, Biriba, Miranga Norte, Apraiús e Sussuarana.

Em dezembro, a empresa anunciou que fechou contrato de swap de gás natural com a Petrobras para a venda do gás produzido em todos os campos dos Polos Remanso e Miranga e processado na Unidade de Tratamento de Gás de Catu, na Bahia

Em agosto de 2020, a 3R Petroleum  adquiriu os campos terrestres de Água Grande, Bonsucesso, Fazenda Alto das Pedras, Pedrinhas, Pojuca, Rio Pojuca, Tapiranga e Tapiranga Norte, localizados nos municípios de Catu, Mata de São João, Pojuca e São Sebastião do Passé.

Em Tucano Sul, Origem Energia opera os campos de Fazenda Matinha, Conceição, Quererá e Fazenda Santa Rosa, que são produtores de gás natural, próximos das áreas que serão licitadas.

Os campos fornecem gás natural para a Bahiagás, em um contrato que prevê o suprimento de  150 mil m³/dia.

No Espírito Santo, dois setores em oferta

Blocos exploratórios em oferta permanente na Bacia do Espírito Santo (agência epbr, com dados da ANP).

Serão 21 blocos terrestres na Bacia do Espírito Santo. São áreas próximas dos 27 campos terrestres adquiridos pela Karavan SPE Cricaré, parceria entre a Karavan O&G Participações e Consultoria (51%) e a Seacrest Capital Group Limited (49%).

Os 27 campos registraram produção média, de janeiro a junho de 2020, de cerca de 1,7 mil bpd de óleo e 14 mil m3/dia de gás.

Os blocos também estão próximos dos campos de Lagoa Parda, Lagoa Parda Norte e Lagoa Piabanha, adquiridos pela Imetame no desinvestimento da Petrobras.

Nos oito primeiros meses de 2020, os três campos produziram 113,5 barris de óleo por dia (bpd) e 1,7 mil m³/dia de gás natural.

No mar, 32 blocos exploratórios

Áreas em oferta permanente na Bacia de Santos (agência epbr, com dados da ANP).

O leilão vai ofertar ainda 32 blocos exploratórios no mar, sendo 23 na Bacia de Santos e nove, na Bacia de Pelotas. São dois setores de áreas exploratórias em águas profundas.

O setor SS-AP4, na Bacia de Santos, foi ofertado na 17ª rodada de licitações, realizada em 2021. A Shell arrematou dois blocos, sendo um sozinha e outro em parceria com a Ecopetrol.

O setor é margeado pelos campos de Neon e Goia, descoberta em desenvolvimento da produção pela Karoon. A empresa também possui na região a concessão do bloco S-M-1537, da 14ª rodada de licitações.

Já em Pelotas, o setor SP-AP4, foi ofertado na 14ª rodada de licitações, em 2017, e não recebeu ofertas.