Impactos da guerra

Instabilidade geopolítica no Oriente Médio pode levar a ajustes na cadeia logística do setor, diz CEO da Prio

Aumento de custos para petroleiras, no entanto, depende mais da demanda para novos projetos do que da flutuação do barril de petróleo, segundo o executivo

Roberto Monteiro, CEO da Prio, em entrevista ao estúdio eixos durante a ROG.e 2024 no Rio, em 25 de setembro (Foto Vitor Curi/eixos)
O CEO da Prio, Roberto Monteiro, concede entrevista ao estúdio eixos durante a ROG.e 2024 no Rio, em 25 de setembro (Foto Vitor Curi/eixos)

RIO — A escalada nas tensões entre Irã e Israel com a entrada dos Estados Unidos no conflito no sábado (21/6) pode levar a ajustes na cadeia logística do setor de petróleo, mas ainda é difícil prever impactos, de acordo com o CEO da Prio, Roberto Monteiro. 

O executivo citou como exemplo os impactos da guerra da Ucrânia nos preços do frete a partir de 2022.

“Pode ter uma reacomodação [de custos], sim. É difícil precisar, é muito recente”, disse a jornalistas na sede da empresa no Rio, na segunda-feira (23/6). 

Em relação aos custos de serviços e equipamentos, Monteiro disse que os preços tendem a ser mais afetados pela demanda para novos projetos do que pela flutuação do barril de petróleo. 

O barril iniciou a semana em alta após o parlamento do Irã aprovar o fechamento do Estreito de Ormuz, rota estratégica para o fornecimento global de petróleo. O bloqueio da passagem ainda depende de uma decisão do Conselho Supremo iraniano. 

“Não vejo, hoje, projetos sendo aprovados por conta dessa escalada de preços recentes. Você aprova projetos quando tem uma visibilidade, uma perspectiva de preços altos a longo prazo. Não sei se esse fim de semana já é o suficiente para mudar a cabeça dos investidores”, afirmou Monteiro. 

O executivo reconheceu, no entanto, que o aumento do barril pode levar as empresas que produzem no Brasil a ter resultados maiores, com reflexos também no pagamento de royalties e impostos. 

“É um horror a gente dizer que uma guerra é uma coisa positiva. Mas é uma realidade. Hoje, o Brasil, de uma maneira geral, é um país que não tem nenhuma instabilidade geopolítica e produz bastante petróleo”, disse. 

Leilão da PPSA

A Prio avalia participar do leilão da Pré-Sal Petróleo (PPSA) que vai negociar 74,5 milhões de barris de petróleo da União na quinta-feira (26/6). 

Segundo Monteiro, a estratégia da empresa ao comprar cargas da PPSA é complementar o braço de trading da companhia. Ele ressaltou, no entanto, que tende a negociar volumes pequenos. 

“São coisas que complementam o nosso trading, dos nossos ativos. Por tabela é vantajoso, e a gente pode fazer uma oferta que seja vantajosa para a PPSA”, explicou. 

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias