Relatório da Agência Internacional de Energia

IEA vê fluxo relativamente robusto de petróleo do Irã mesmo com sanção dos EUA e tensão com Israel

Relatório da agência revela que Irã se tornou a 2ª maior fonte de crescimento da oferta, enquanto Opep+ flexibiliza restrições e demanda global é revisada para baixo

Produção terrestre de petróleo e gás (Foto Laura Upshaw/Pixabay)
Produção terrestre de petróleo e gás (Foto Laura Upshaw/Pixabay)

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) avaliou que o petróleo fornecido pelo Irã, até o momento, continua a fluir em níveis relativamente robustos mesmo diante do aumento das sanções dos EUA e das pesadas com Israel, tornando-se a segunda maior fonte de crescimento de oferta, depois dos Estados Unidos, por dois anos consecutivos.

No relatório divulgado nesta terça-feira (17/6), a IEA calculou que a produção total de petróleo no ano passado atingiu seu nível mais alto desde 2017, aumentando 420 mil barris por dia (b/d) em relação ao ano anterior, para 4,7 milhões de b/d.

As exportações de petróleo bruto atingiram uma média de 1,6 milhão de b/d em 2024.

“Quase todas as exportações de petróleo iraniano chegam à China, com o petróleo bruto destinado ao uso em refinarias independentes. As avaliações dos EUA se tornaram progressivamente mais severas nos últimos meses, com quase todos os aspectos das cadeias de suprimentos iranianas atualmente sendo alvos”, apontou a IEA.

Segurança da oferta segue como prioridade

A Agência Internacional de Energia avaliou que, com as incertezas geopolíticas e econômicas afetando produtores e consumidores de petróleo, a segurança da oferta de petróleo continua sendo uma prioridade na agenda da política energética internacional.

No relatório desta terça (17), a IEA apontou que a decisão do grupo de produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), liderada pela Arábia Saudita, de começar a reduzir as restrições à produção de petróleo em maio de 2025 está redefinindo as trajetórias de oferta de petróleo para o período previsto de 2024 a 2030.

O aumento previsto na produção da Opep+ e o impacto das tarifas mais altas no comércio levaram os preços do petróleo a níveis mínimos em quatro anos em abril e início de maio. Como resultado, os executivos do setor petrolífero estavam recalibrando os planos de investimento.

“No entanto, os preços do petróleo se recuperaram após uma troca de ataques aéreos entre Israel e o Irã, iniciada em 13 de junho de 2025”, atualizou a IEA.

Tensões derrubam expectativa de demanda

A agência revisou para baixo suas projeções para o avanço da demanda global por petróleo neste ano e em 2026, ponderando que os riscos geopolíticos exacerbados, as negociações comerciais não resolvidas e as mudanças de políticas para o setor de energia adicionaram inúmeras incertezas às perspectivas do mercado de commodities.

O relatório da IEA impediu sua previsão para o aumento da demanda global por petróleo em 2025 para 700 mil barris por dia, com expectativa de que o consumo médio atinja 103,8 milhões de barris por dia (bpd). No documento anterior, a projeção era de alta de 740 mil bpd.

Para 2026, a IEA agora prevê que a demanda crescerá em 700 mil bpd, para 104,5 milhões de bpd. Antes, a estimativa era de acréscimos de 760 mil bpd.

Nas projeções de mais longo prazo, a IEA prevê agora que a demanda global por petróleo crescerá 2,5 milhões de bpd entre 2024 e 2030, atingindo 105,5 milhões de bpd no final da década.

A IEA manteve suas projeções de crescimento da economia mundial em 2,8% para 2025 e projetou uma expansão média próxima de 3% por ano para o período de 2025 a 2030.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias