Petróleo distara

Ibovespa dribla tarifa dos EUA e sobe com forte alta do petróleo

Ações da Gerdau disparam 6% com alta de tarifas nos EUA sobre o aço, enquanto Petrobras avança 1% impulsionada pelo petróleo

Bomba de abastecimento, na cor verde, em posto de combustíveis da Petrobras (Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Bomba de combustível em posto da Petrobras (Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A duplicação das tarifas de aço e alumínio pelo presidente dos EUA, Donald Trump, anunciada na sexta-feira (30/5), à noite, gera cautela nas bolsas internacionais nesta segunda-feira (2/6).

Ainda assim, o Ibovespa avança estimulado principalmente pela valorização de cerca de 3% do petróleo no exterior. O dólar ante o real cede, influenciando também os juros futuros e consequentemente alguns papéis mais sensíveis ao ciclo de juros na B3.

“Há queda global do dólar, reagindo a essa nova rodada de tarifas de Trump sobre aço e alumínio. Isso junto com o alto petróleo contribui para um maior apetite por risco no mercado brasileiro”, afirma Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.

Sene se destaca ainda a elevação de mais de 6% nos papéis da Gerdau, que tem boa parte de suas receitas dos EUA. “De certa forma, o papel acaba se beneficiando desse aumento das tarifas”, completa o analista da Rico.

Ao mesmo tempo, os investidores digerem a decisão da Moody’sde mudar de positiva para estável a perspectiva (ou tendência) da nota de rating do Brasil, alegando aumento excessivo da dívida do país.

Conforme a agência, a dívida pública projetada deve se estabilizar em torno de 88% do PIB nos próximos cinco anos, um aumento frente aos 82% estimados em outubro de 2024.

“Mudou a perspectiva para corrigir um grande erro se alinhando às outras agências S&P e Fitch. A dinâmica da dívida brasileira está elevada, o déficit está aumentando.

Para Silvio Campos Neto, a decisão da agência em si não surpreende, dado que a nota da Moody’s ainda se encontra um nível acima da concessão pelas agências S&P e Fitch.

“O imbróglio em torno do IOF também permanece no radar, como um lembrete de que a situação fiscal atual não é sustentável”, reforça o economista sênior no relatório. “Assim, parece haver pouco incentivo para apostas positivas em torno de ativos domésticos”, completa.

O petróleo avança em torno de 3% e ajuda os papéis da Petrobras. Ainda fica no radar aumento no preço do querosene pelo estatal a partir de ontem.

A commodity avança com a decisão da Opep+ de ampliar sua oferta em julho em 411 mil barris/dia, mesmo volume previsto para os dois meses anteriores, em linha com as expectativas dos mercados, e em meio a crescentes tensões entre Rússia e Ucrânia.

Mesmo sem referência da mineração de ferro em Dalian, devido ao feriado na China, as ações da Vale subiam 0,79% às 11h07.

Na sexta-feira (30), quando a Moody’s divulgou sua decisão sobre o rating brasileiro, os mercados já tinham ambientes fechados. O Ibovespa encerrou em baixa de 1,09%, para 137.026,62 pontos, mas finalizou o mês com alta de 1,45%.

Entre as divulgações desta manhã, o boletim Focus trouxe nova melhoria na expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A mediana do IPCA suavizado nos próximos 12 meses passou de 4,86% para 4,81%. Para a Selic, a projeção no Focus atrapalhou em 14,75% para o final de 2025 e para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) arrefeceu para 2,13%.

Às 11h07, o Ibovespa subia 0,22%, aos 137.332,06 pontos, após alta de 1,05%, aos 138.471,10 pontos, vindo de abertura em 137.026,43 pontos, com variação zero. A Petrobras tinha alta de cerca de 1%. Entre papéis mais sensíveis ao ciclo econômico, Magazine Luiza subia 5,42%, figurando entre as oito maiores altas da carteira teórica.

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