Petróleo e Gás

Governo coloca mais uma área do pré-sal para leilão na oferta permanente

MME vai incluir Ametista (Bacia de Santos) e aumentar para 12 o número de blocos do pré-sal no modelo de contratação sob demanda

MME vai incluir o bloco Ametista (Bacia de Santos) no modelo de oferta permanente. Na imagem, sonda de perfuração offshore West Saturn da Seadrill em águas brasileiras
Sonda de perfuração offshore West Saturn da Seadrill em águas brasileiras (Foto: Marinha do Brasil)

RIO —  O governo pretende incluir mais um bloco exploratório do pré-sal — Ametista, na Bacia de Santos — no mecanismo de oferta permanente (OP). Com isso, 12 áreas sob o regime de partilha devem passar a compor o cardápio de ativos colocados à disposição das petroleiras na modalidade de contratação sob demanda.

A inclusão de Ametista na oferta permanente foi anunciada nesta terça-feira (3/5) pelo secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Rafael Bastos da Silva, na Offshore Technology Conference (OTC), em Houston (EUA).

A inserção do bloco na OP ainda precisa da autorização do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A expectativa no governo é pautar o assunto na próxima reunião extraordinária do órgão, ainda sem data marcada.

Na sexta-feira (29/4), a diretoria da ANP aprovou o edital e os modelos dos contratos das 11 áreas do pré-sal originalmente incluídas na lista de blocos da oferta permanente sob o regime de partilha. Juntos, os 11 ativos somam R$ 1,283 bilhão em bônus de assinatura.

A intenção da ANP é começar a licitar os blocos do regime de partilha do pré-sal, no modelo de oferta permanente, no segundo semestre.

O edital e a minuta de contrato seguem, agora, para aprovação pelo MME. Em seguida, os documentos serão submetidos à apreciação do Tribunal de Contas da União (TCU).

A oferta permanente é um mecanismo de licitação sob demanda: a ANP oferece ao mercado um cardápio de ativos que ficam permanentemente disponíveis para que as petroleiras manifestem interesse a qualquer momento.

Até dezembro de 2021, apenas áreas licitadas sob o regime de concessão eram incluídas na oferta permanente

Em 2021, no entanto, o CNPE autorizou a inclusão de 11 blocos do pré-sal, localizados nas bacias de Campos e Santos, na modalidade sob demanda.

O fim do ciclo dos grandes leilões

Com a inclusão de áreas de partilha do pré-sal na oferta permanente, o governo consolidou a modalidade de contratação sob demanda como principal forma de licitação de blocos exploratórios no país.

O último leilão do pré-sal, a 6ª Rodada de partilha, em 2019, negociou apenas Aram, uma das cinco áreas oferecidas — numa licitação marcada pela ausência das petroleiras internacionais.

Após o baixo índice de contratação de áreas na 17ª Rodada de concessões, que negociou cinco dos 92 blocos ofertados, em outubro de 2021, o governo decidiu então adotar a oferta permanente como o modelo único para contratação de áreas de exploração.

Os ativos que seriam oferecidos nas e 8ª Rodadas de partilha foram, assim, transferidos para o cardápio de áreas da oferta permanente.

Internamente, o bloco de Ametista era visto como pouco promissor, dentro do regime de partilha, e foi deixado de lado na lista de ativos da oferta permanente. Agora, a intenção do governo é recolocar o bloco à disposição das petroleiras.

A lista de ativos do pré-sal já disponíveis na oferta permanente inclui as áreas de Ágata, Água Marinha, Esmeralda, Jade, Turmalina e Tupinambá, na Bacia de Santos, que estavam previstas para serem ofertadas na 7ª e 8ª rodadas de partilha de produção; e Itaimbezinho, Norte de Brava (Bacia de Campos), Bumerangue, Cruzeiro do Sul e Sudoeste de Sagitário, ofertadas sem sucesso em leilões passados.

Tupinambá é o ativo menos valioso do cardápio, com bônus de assinatura de R$ 7,047 milhões e percentual mínimo de excedente em óleo de 4,88%. Norte de Brava, por sua vez, é o bloco mais caro, com bônus de R$ 511,69 milhões e lucro em óleo mínimo de 22,71%

A Petrobras já manifestou, em fevereiro, interesse em exercer o direito de preferência pelas áreas Água Marinha e Norte de Brava.

Oferta oferta permanente do pré-sal bate recorde em 2022

A ANP já realizou três ciclos de oferta permanente entre 2019 e 2022, no modelo de concessão. Em abril, a agência negociou 59 blocos exploratórios e arrecadou R$ 422 milhões em bônus de assinatura, no 3º ciclo da oferta permanente.

Foi o melhor resultado para uma rodada no modelo da oferta permanente em termos de receita para o Tesouro, com bônus, e áreas licitadas.

Para efeitos de comparação, o 1º Ciclo, em 2019, movimentou R$ 15,3 milhões e negociou 33 ativos. O 2º Ciclo, em 2020, por sua vez, levantou R$ 30,9 milhões em bônus e vendeu 17 concessões.

Atualizada no dia 03/05/2022