Internacional

EUA e aliados estudam liberação de 70 milhões de barris de reservas estratégicas de óleo

Reservas estratégicas são alternativas a recusa da OPEP+, cartel com Rússia e Arábia Saudita, de elevar oferta

EUA e aliados estudam liberação de 70 milhões de barris de reservas estratégicas de óleo
o presidente dos EUA, Joe Biden afirmou que país "liberará barris adicionais de petróleo quando as condições o justificarem"

Os Estados Unidos e outros países, grandes consumidoras de óleo, consideram uma liberação de reservas estratégicas da ordem de 70 milhões de barris de petróleo. Com o conflito da Rússia sobre a Ucrânia, os preços das commodities dispararam, e os preços do petróleo buscam os US$ 100 no mercado internacional.

As informações são da Dow Jones Newswire. Segundo o serviço de informação, a negociação envolve membros da Agência Internacional de Energia (AIE), com sede em Paris.

A liberação incluiria 40 milhões de barris dos EUA, principalmente de qualidade leve. A AIE e o Departamento de Energia dos Estados Unidos não comentaram.

O balanço de oferta e demanda de óleo tem sido controlado pela OPEP+, grupo expandido do cartel de grandes exportadores que inclui a Rússia. A OPEP+, diante da crise inflacionária global pré-guerra na Ucrânia já vinha se recusando a elevar a oferta de óleo além do cronograma original, de adição de 400 mil barris/dia.

Os países da OPEP+ têm falhado em cumprir as metas de entrega de óleo, contudo.

Biden defende liberação de reservas

Na semana passada, o presidente dos EUA, Joe Biden afirmou que país “liberará barris adicionais de petróleo quando as condições o justificarem”.

Defendeu a “liberação coletiva de reservas estratégicas de petróleo dos principais países consumidores de energia”.

Em novembro do ano passado, os EUA já haviam iniciado a liberação de reservas domésticas para combater a pressão internacional sobre os consumidores americanos.

A guerra iniciada pela Rússia contra a Ucrânia levou os preços do barril de óleo Brent a superar a marca dos US$ 100 no mercado futuro. Hoje, o contratos são negociados em alta de 4%, a US$ 98,28.

A commodity não superava os US$ 102 por barril marca desde 2014, ante sala da derrocada dos preços do petróleo de 2014-2016, provocada por sobreoferta, a disparada da produção dos EUA e o baixo crescimento de emergentes.

A Rússia é uma das maiores produtoras mundiais de petróleo e a principal fornecedora de gás natural para a União Europeia, que tenta por meio de sanções econômicas frear a ofensiva russa.

O conflito também afeta os preços do gás no mercado europeu, com potenciais implicações na cotação global do GNL. O preço já andava em patamares elevados desde o ano passado, devido a cortes no fornecimento do gás por parte da Rússia e menor estoque dos países europeus.

A situação pode ser agravada com possíveis danos à estrutura de gasodutos que ligam a Rússia à União Europeia, e que passam por território ucraniano.

Por enquanto, mesmo com o início da invasão, a empresa russa Gazprom, que fornece gás natural à Europa, anunciou que o fornecimento à Ucrânia e à União Europeia segue com os fluxos normais. O governo ucraniano também confirmou que a infraestrutura de gasodutos que passam pelo país segue intacta.

Entretanto, a alta dos combustíveis já afeta o preço das commodities agrícolas, como soja, milho, açúcar, trigo e algodão.