O Departamento de Energia (DoE, em inglês) dos Estados Unidos manteve sua previsão do preço médio do petróleo Brent em 2025 de US$ 74 o barril, segundo relatório mensal de Perspectivas de Energias no Curto Prazo (Steo, em inglês), divulgado nesta terça-feira (14/01).
Para 2026, o departamento americano prevê o Brent caindo para US$ 66 o barril.
A instituição também manteve previsões para o WTI, na média de US$ 70 o barril em 2025, e espera que os preços caíam para US$ 62 o barril em 2026.
Conforme o relatório, a reversão dos cortes de produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) e o forte crescimento da produção de petróleo fora da organização resultam no crescimento da produção global, com expectativa de 1,8 milhão de barris por dia (b/d) em 2025 e 1,5 milhão de b/d em 2026.
“Esperamos que o grupo produza menos petróleo bruto do que o declarado em sua meta de produção mais recente, em um esforço para evitar o aumento significativo dos estoques. Essa previsão foi concluída antes de os EUA emitirem sanções adicionais contra o setor petrolífero da Rússia em 10 de janeiro, que têm o potencial de reduzir as exportações da commodity da Rússia para o mercado global”, explica.
Sanções elevam Brent
Os preços do barril de petróleo sentiram o impacto do anúncio de novas sanções à Rússia pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Na segunda-feira (13/1), o Brent voltou a ultrapassar a casa dos US$ 80 e fechou o dia nos maiores níveis desde agosto.
O contrato do Brent para março ficou em US$ 81,01 o barril, alta de 1,56%. Já o WTI ficou em US$ 78,82 o barril, aumento de 2,93%.
De acordo com o Goldman Sachs, os navios sancionados transportaram 1,7 milhões de barris/dia em 2024, o que corresponde a 25% das exportações da Rússia no ano passado.
Analistas apontam que as restrições anunciadas por Biden impactam grandes produtores de óleo e gás, assim como navios, seguradoras e outros agentes envolvidos no comércio internacional dos produtos russos. Entretanto, há incertezas sobre a disposição do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de manter a política de restrições à Rússia adotada por Biden.
Trump assume o cargo na próxima segunda (20/1). Durante o primeiro mandato do republicano (2016-2020), os países estreitaram relações.
Para o Goldman Sachs, a tendência é que Trump evite estimular grandes quedas na exportação de óleo russo, dada a promessa de campanha de baixar os preços da energia.
Ainda assim, a expectativa do mercado é de alta para os preços do barril no curto prazo, devido à política da Opep+ de estender os cortes de produção para este ano.
Há ainda a expectativa de que o novo presidente dos EUA endureça as restrições ao Irã.
“Essas novas medidas alimentam os temores de que novas sanções ou novos endurecimentos sejam aplicados ao Irã, que também é um importante exportador de petróleo para o mercado internacional, especialmente para os países asiáticos”, aponta a analista da StoneX, Isabela Garcia.
No Brasil…
Com a escalada do barril, a Petrobras reiterou que evita o repasse da volatilidade externa para os preços internos de combustíveis.
A defasagem dos preços nas refinarias da Petrobras em relação ao mercado internacional atingiu 22% no diesel e 13% na gasolina na última sexta-feira (10), reabrindo a expectativa do mercado para reajustes por parte da estatal.
Com informações do Estadão Conteúdo