RIO — A Seacrest Petróleo, petroleira independente com foco em campos maduros no Brasil, levantou US$ 260 milhões com a abertura de seu capital, na Bolsa de Oslo, na Noruega. Com o caixa fortalecido pela oferta de ações, a empresa tem planos de triplicar a sua produção de óleo e gás na Bacia do Espírito Santo até 2025.
A companhia comprou da Petrobras, nos últimos anos, os polos Cricaré e Norte Capixaba, que somam 31 campos terrestres e uma produção de 7 mil barris/dia.
O Polo Norte Capixaba inclui, ainda, um terminal com capacidade para armazenar 500 mil barris. O negócio, contudo, ainda está pendente de conclusão.
O presidente da Seacrest Petróleo, Michael Stewart, afirmou, em nota, que a empresa espera se tornar a terceira maior produtora de óleo e gás no onshore brasileiro, em termos de reservas e produção.
“Existe um potencial significativo de criação de valor em nossos ativos de produção, exclusivamente integrados por meio de uma série de atividades de redesenvolvimento de baixo risco, que devem triplicar a produção até 2025. Nossa produção de alta margem de fluxo de caixa nos permite crescer e planejar o retorno de capital aos acionistas no curto prazo”, disse o executivo, em nota.
Os campos adquiridos pela petroleira têm volumes in place estimados em 1,2 bilhão de barris de óleo equivalente e reservas 2P (provadas mais prováveis) certificadas de 140 milhões de barris de óleo equivalente.
Ao todo, a Seacrest Petróleo negociou 443 milhões de novas ações.
Destaque da operação, o grupo Mercuria Energy alocou US$ 80 milhões e terá 30% do capital da petroleira.
Petroleiras independentes investem no onshore
O plano de investimentos da Seacrest, para aumentar a produção no Espírito Santo, faz parte de um movimento mais amplo de revitalização de campos maduros antes operados pela Petrobras, mas vendidos pela estatal para produtores independentes nos últimos anos.
A Wood Mackenzie estima que essas operadoras independentes vão investir US$ 10 bilhões até 2027, para aumentar a produção dos ativos comprados da Petrobras nos últimos anos. A previsão é que esses ativos atinjam o pico de 485 mil barris/dia em cinco anos.
O levantamento da consultoria inclui projetos de produção das empresas 3R Petroleum, BW Energy, Enauta, Eneva, Grupo Cobra, Karoon, Origem Energia, Perenco, PetroReconcavo, PRIO, Seacrest Capital e Trident Energy.
Prevê que essas companhias devem aumentar em 980 milhões de barris de óleo equivalente (boe) o total de óleo nas reservas remanescentes desses ativos — um volume significativo para quem está investindo em projetos de revitalização da produção.
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