Meio ambiente

ANP: Margem Equatorial pode atrair R$ 11 bi em exploração de óleo e gás, se licença avançar

Montante é maior que todo o investimento previsto, até 2027, em campanhas exploratórias no restante do país

ANP: Margem Equatorial pode atrair R$ 11 bi em investimentos na exploração de óleo e gás, se licença avançar. Na imagem: Sonda offshore Ocean Courage, da Diamond Offshore, contratada pela Petrobras (Foto: Marinha)
Sonda offshore Ocean Courage, da Diamond Offshore, contratada pela Petrobras (Foto: Marinha)

RIO – Se vencidas as barreiras ambientais para perfuração na Margem Equatorial, a região pode receber, até 2027, investimentos de R$ 11 bilhões em exploração de óleo e gás na região.

O montante é maior do que todo o investimento previsto, no período, em campanhas exploratórias no restante do país, no valor de R$ 8,5 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nesta quarta (19/7).

Os números reforçam o quanto a Margem Equatorial tem potencial para se consolidar como a grande nova fronteira exploratória do Brasil.

Caso as atividades na região não prossigam, os investimentos exploratórios no Brasil tendem a se contrair – o que levaria à queda das reservas de petróleo e gás nacionais, pontua a ANP.

ANP estima 91 poços no país entre 2023 e 2027

A agência estima que, entre 2023 e 2027, sejam perfurados, no Brasil:

  • 63 poços em bacias terrestres – a maioria nas bacias de Parnaíba e Amazonas;
  • e outros 28 poços em mar, dos quais onze estão na Margem Equatorial.

O levantamento inclui dados apresentados até março pelas operadoras que detém contratos de exploração e produção no país.

Ao fim de 2022, o Brasil tinha 295 blocos exploratórios sob contrato vigente, dos quais 30% estavam na Margem. As atividades nessa região enfrentam dificuldades para obtenção de licenças ambientais.

Em maio, o Ibama negou o pedido de licença da Petrobras para perfurar um poço em águas profundas no Amapá, na Bacia da Foz do Amazonas, na região.

O órgão ambiental alegou inconsistências técnicas. O Ibama, bem como a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, têm defendido a necessidade de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) na região, para prosseguir com o processo. O assunto está na Casa Civil.

Durante seminário promovido pela ANP, sobre o panorama da exploração no Brasil, o diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia, lembrou que a Margem Equatorial tem potencial similar à Guiana e ao Oeste da África, onde ocorreram grandes descobertas.

Para aprofundar:

Saboia defendeu a importância de o país aproveitar a última janela de oportunidades para a exploração de novas fronteiras de produção de petróleo e gás, no contexto da transição energética.