Petróleo e Gás

ANP libera operação de Araçás no polo Bahia Terra

Será possível reestabelecer cerca de um terço da produção dos campos na Bacia do Recôncavo

ANP libera operação de Araçás no polo Bahia Terra. Na imagem: Jean Paul Prates se reúne com governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e prefeitos para tratar da retomada de investimentos no estado (Foto: Agência Petrobras)
Jean Paul Prates se reúne com governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e prefeitos para tratar da retomada de investimentos no estado (Foto: Agência Petrobras)

A Petrobras informou nesta sexta (31/3) que obteve, autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para retomar a produção do campo de Araçás, no polo Bahia Terra, Bacia do Recôncavo.

A empresa deu início aos trabalhos para retomada da operação de poços, dutos e estações de tratamento de óleo e compressão de gás natural. “Possibilitará o reestabelecimento de aproximadamente 27% da produção do polo“.

A ANP paralisou a operação do Polo Bahia Terra no fim de 2022 após fiscalização identificar problemas de integridade. A Petrobras, no governo de Jair Bolsonaro (PL), colocou o polo à venda e já havia recebido propostas de um consórcio formado por Eneva e Petroreconcâvo.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (PT), reiterou, na semana passada (23/3), que a companhia respeitará os contratos assinados para venda de ativos, mas a liquidação do Polo Bahia Terra será reavaliada sob “uma nova ótica” e ainda não há decisão sobre o futuro dos campos.

“O que está assinado será cumprido, o que não está assinado será revisto”, comentou, ao ser questionado por jornalistas, em evento no Rio de Janeiro. “[A negociação do Polo Bahia Terra] vai continuar sendo tratado dentro de uma nova ótica”, disse Prates.

Ele lembrou que, no caso do conjunto de campos terrestres da Bahia, o acordo não está finalizado, nem assinado. Em 2022, a empresa abriu negociações para venda do ativo para a Eneva e PetroReconcavo, mas não chegou a assinar contrato.

Segundo a PetroReconcavo, a empresa adiantou R$30 milhões à Petrobras, para iniciar a fase de negociação dos termos e condições para a potencial aquisição das concessões associadas ao Polo Bahia Terra

Petrobras reafirma que vai manter parcialmente a venda de ativos

A Petrobras reafirmou na quarta (29/3) que vai manter a venda de ativos em “fase de assinatura e fechamento de contratos”. A questão foi analisada novamente pelo conselho da companhia, após pedido de revisão da posição, feita pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

A companhia informa que há um calendário, com datas já definidas, para conclusão de negócios nessas fases finais de negociação ao longo de todo o ano de 2023. A companhia não listou quais seriam esses ativos.

Mais cedo, a Petrobras e o ministério comandado por Alexandre Silveira (PSD) informaram que a pasta havia solicitado para nova diretoria da companhia, que também toma posse hoje, o envio de uma nova análise do pedido de suspensão da venda de todos os ativos da companhia.

O pedido foi feito pelo MME no fim de fevereiro, por 90 dias; em 17 de março (antes da eleição da diretoria), a Petrobras respondeu que não havia fundamentos para atender ao pedido nos casos em fase final de negociação.

A revisão da venda de ativos, ressalta a Petrobras, “não deverá incluir os desinvestimentos já em fase de assinatura e fechamento de contratos”.

Segundo a nota, é a forma de “cumprir plenamente os direitos e as obrigações já assumidas” e “não causar qualquer dano às partes envolvidas nas negociações, em especial à Petrobras”.

O conselho da Petrobras decidiu que “a revisão dos processos de investimentos e desinvestimentos tem de ser realizada com base no plano estratégico da companhia”.

A nova diretoria, eleita para comandar a Petrobras com Jean Paul Prates (PT) até abril de 2025, poderá portanto propor tal revisão para o próximo ciclo plurianual da companhia, o que já é feito todos os anos.