Offshore

ANP estima que próximo leilão de petróleo ocorrerá apenas em 2025

Agência está fazendo revisão ambiental de blocos disponíveis na oferta permanente

ANP estima que próximo leilão dos blocos de exploração de petróleo ocorrerá apenas em 2025. Na imagem: Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP, em entrevista para o estúdio epbr durante a OTC Brasil 2023, no Rio de Janeiro (Foto: Victor Curi/epbr)
Rodolfo Saboia, diretor-geral da ANP, em entrevista para o estúdio epbr (Foto: Victor Curi/epbr)

HOUSTON, TX – A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estima que a revisão dos blocos de exploração de petróleo disponíveis para leilões futuros deve ficar pronto apenas em 2025.

“É quase certo que não haverá leilão esse ano”, disse o diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia, a jornalistas nesta segunda (6/5). Ele participa da Offshore Technology Conference (OTC) 2024, em Houston, Texas (EUA).

Após o leilão do ano passado, primeiro do novo governo Lula, a ANP revogou os editais da oferta permanente, tanto de partilha como concessão, em razão de mudanças nas regras de conteúdo local.

O governo federal elevou exigências mínimas de contratação de fornecedores nacionais e determinou uma revisão regulatória na ANP. Segundo Saboia, contudo, a previsão que os leilões ocorreram apenas em 2025 se dá por razões ambientais.

“Teve alterações no conteúdo local, mas essas foram mais facilmente assimiladas”, explicou o diretor.

Será preciso passar um ‘pente-fino’ nos blocos em oferta e a expectativa da ANP é publicar os novos editais no primeiro semestre do ano que vem.

“A gente quer passar um pente-fino porque isso [questões ambientais] gera normalmente ruído e pouca atratividade. Então a gente está limpando esse estoque. Isso tudo vai levar um pouco mais de tempo, mas vamos ter um edital que eu acho que vai ser muito mais atraente e robusto”, conclui.

“São medidas que a gente acredita que vão valorizar o estoque de blocos exploratórios que a gente vai poder oferecer”, acrescentou.

Em entrevista ao estúdio epbr, Saboia afirmou que compartilha com o mercado a percepção que o Brasil não deve perder a janela de oportunidade que o petróleo ainda tem. Veja a íntegra abaixo:

Na oferta permanente, o governo e a ANP ficam responsáveis por habilitar blocos em oferta – que hoje estão na casa das centenas de áreas – e cabe às petroleiras manifestar interesse prévio nas regiões para disparar a elaboração dos leilões.

Até o ano passado, as concorrências vinham ocorrendo em dezembro. Em 2023, Petrobras, Shell e Chevron arremataram áreas na Bacia de Pelotas, em sua maioria no offshore do Rio Grande do Sul. Representou uma aberta de nova fronteira exploratória em águas profundas.

Não houve interesse, contudo, na região Nordeste, que onde foram ofertados blocos na bacia Potiguar. Ambientalistas questionam os riscos da exploração na região sobre o Arquipélago de Fernando de Noronha.

Cobertura completa do estúdio epbr na OTC 2024, em Houston, Texas