Suprimento global

AIE eleva previsões para oferta global do petróleo, que avança bem mais rápido que a demanda

Agência prevê que oferta mundial de petróleo vai crescer 2,7 milhões de barris por dia em 2025, maior do que o previsto anteriormente

HSBC promete restringir capital para petróleo, não para transição. Na imagem: Cavalo-de-pau, bomba mecânica para extração onshore de petróleo (Foto: Pixabay)
Com a crise energética imposta pela guerra na Ucrânia, o HSBC continuará a financiar a produção existente, para garantir a oferta de óleo e gás (Foto: Pixabay)

BELO HORIZONTE  — Os mercados globais de petróleo deverão apresentar superávit ainda maior do que se calculava anteriormente este ano, à medida que a oferta segue avançando em ritmo bem mais rápido do que a demanda, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Em relatório mensal divulgado na quinta-feira (11/9), a AIE prevê que a oferta mundial de petróleo expandirá 2,7 milhões de barris/dia em 2025 e 2,1 milhões de barris/dia no próximo ano. As projeções anteriores eram de altas de 2,5 milhões de barris/dia neste ano e de 1,9 milhão de barris/dia em 2026.

A revisão veio após a Opep+, extensão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com membros associados, decidir por um novo acréscimo de sua produção, no último fim de semana, embora países fora da aliança continuem sendo os principais responsáveis pelo aumento da oferta.

Em relação à oferta de petróleo fora da Opep+, a agência elevou sua projeção de avanço neste ano em 100 mil barris/dia, para 1,4 milhão de barris/dia, mas reafirmou a projeção de 2026 em 1 milhão de barris/dia.

Ainda no relatório, a AIE elevou sua previsão para o aumento da demanda global por petróleo em 2025, de 685 mil barris/dia para 737 mil barris/dia, mas reiterou a do próximo ano, em 698 mil barris/dia.

As projeções continuam substancialmente abaixo das feitas pela Opep, que considera que a demanda global pela commodity este ano vai crescer em 1,3 milhão de barris/dia, segundo relatório mensal também divulgado nesta quinta-feira (11/9). Se confirmada a projeção, o consumo global vai somar 105,14 milhões de barris/dia em 2025.

Para 2026, o cartel também manteve a projeção de alta na demanda, em 1,4 milhão de barris/dia, o que pode levar o consumo total para 106,52 milhões de barris/dia.

Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) deve registrar aumentos de 100 mil barris/dia neste ano e de 200 mil barris/dia no próximo, projetou a Opep. Fora da OCDE, a expectativa é de acréscimo de 1,2 milhão de barris/dia tanto em 2025 quanto em 2026.

A organização manteve a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora da Opep+ em 2025, em 800 mil barris/dia. De acordo com o cartel, as maiores contribuições devem vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.

Para 2026, a Opep+ também reafirmou sua projeção de alta na oferta do petróleo fora do grupo em 600 mil barris/dia. Como resultado, a organização espera que a produção total fora do cartel some 54,01 milhões de barris/dia este ano e 54,64 milhões de barris/dia m 2026.

Produção de combustível brasileira cresce 70 mil barris/dia em julho

A Opep calcula que a produção total de combustíveis líquidos do Brasil cresceu 70 mil barris/dia em julho, a 4,8 milhões de barris/dia, estabelecendo um novo recorde para o país, segundo o relatório mensal divulgado hoje. 

Somente a produção brasileira total de petróleo subiu 199 mil barris/dia em julho, a 4 milhões de barris/dia.

Apesar disso, o cartel manteve a expectativa para a oferta de combustíveis líquidos do Brasil neste ano e no próximo. Em 2025, a organização prevê crescimento de cerca de 230 mil barris/dia, a uma média de 4,4 milhões de barris/dia. 

Para 2026, a Opep ainda projeta aumento na oferta de 160 mil barris/dia, a 4,5 milhões de barris/dia.

Opep prevê crescimento do PIB brasileiro

A Opep também manteve inalteradas suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos dois anos. Segundo o relatório, o PIB do Brasil avançará 2,3% em 2025 e 2,5% em 2026, com riscos de baixa provocados pelo nível elevado das tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e pelos desafios relacionados ao déficit fiscal.

O cartel também manteve previsão de que a inflação ficará elevada, em torno de 5% em 2025, com pouco espaço para que o Banco Central do Brasil corte a taxa Selic antes do final deste ano.

Com informações da Agência Estado e da Dow Jones Newswires

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