RIO – A Petrobras assinou um acordo com a Enauta nesta quinta-feira (21/12) para a venda dos campos de Uruguá e Tambaú, em águas profundas no pós-sal, localizados na Bacia de Santos. A venda foi fechada por US$ 35 milhões e inclui 100% das concessões.
O acordo prevê também a extensão do contrato de afretamento do FPSO Cidade de Santos com a Modec, previsto para terminar em janeiro de 2024. A unidade está instalada em lâmina d’água de aproximadamente 1.300 metros e tem capacidade de produção de 25 mil barris de petróleo e 10 milhões de metros cúbicos diários de gás natural.
O desinvestimento foi iniciado em setembro de 2021, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro. O presidente Lula é contrário à venda de ativos da Petrobras.
Em nota divulgada hoje, a Petrobras afirmou que a decisão pela venda é resultado “de um processo de gestão ativa do portfólio”. Segundo a estatal, os campos representam hoje menos de 1% da produção operada pela empresa na Bacia de Santos e, por isso, têm baixa aderência estratégica ao portfólio.
De janeiro a setembro de 2023, Uruguá e Tambaú produziram 5,4 mil barris/dia de petróleo e 353 mil m³/dia de gás, em média.
“A transferência dos ativos para um novo operador representa uma alternativa ao seu descomissionamento, com perspectiva de extensão de sua vida produtiva, ao mesmo tempo em que possibilita à Petrobras direcionar seus investimentos no segmento de E&P em ativos mais aderentes à estratégia da companhia, que envolve dentre outros a descarbonização crescente das operações”, disse a empresa em nota.
Do valor total da operação, US$ 3 milhões foram pagos pela Enauta hoje e US$ 7 milhões serão pagos no fechamentos da transação. Outros US$ 25 milhões dizem respeito a pagamentos contingentes, que dependem das cotações futuras do Brent e de eventos relacionados ao desenvolvimento dos ativos.