A Petrobras assinou contrato com a empresa Grepar Participações Ltda., para venda da refinaria Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) e seus ativos logísticos associados, em Fortaleza (CE), por US$ 34 milhões.
A Lubnor é a quarta refinaria negociada pela Petrobras, dentro do pacote de oito ativos colocados à venda pela estatal no compromisso firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2019, para abertura do mercado de refino no país.
Apenas uma refinaria, a Landulpho Alves (BA), teve o negócio concluído até o momento. O ativo foi vendido para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, em 2021.
A companhia também assinou em 2021 um contrato para venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), para o Grupo Atem, por US$ 189,5 milhões; e fechou acordo com a F&M Resources, para alienação da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), por US$ 33 milhões. A expectativa da empresa é concluir a venda dos dois ativos ainda este ano.
A Grepar Participações Ltda. é um veículo societário de propriedade conjunta das empresas Grecor Investimentos em Participações Societárias Ltda., Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda. e Holding GV Participações S.A..
A Lubnor possui capacidade de processamento de 8 mil barris/dia e é uma das líderes nacionais na produção de asfalto — principal produto da planta. É também a única unidade no país a produzir lubrificantes naftênicos.
Do valor total da venda, US$ 3,4 milhões foram pagos nesta quarta-feira (25/5). Outros US$ 9,6 milhões serão pagos no fechamento da transação e US$ 21 milhões em pagamentos diferidos. O montante não contempla o pagamento de ajustes previstos no contrato, devidos até o fechamento da transação.
A operação ainda está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pelo Cade.
O contrato para venda da Lubnor foi assinado em meio às incertezas que cercam o futuro da política de preços dos combustíveis da Petrobras, após o novo episódio de interferência do governo Jair Bolsonaro (PL) na empresa — ao demitir o presidente da estatal, José Mauro Coelho, no cargo há pouco mais de 40 dias.
Não à toa, à exceção da RLAM, a Petrobras avançou até o momento com a venda apenas das suas unidades menores e — no caso da Reman, uma unidade mais isolada do restante das refinarias brasileiras e, por isso, menos suscetível à concorrência com os ativos da estatal. A Lubnor, por sua vez, é uma unidade voltada, sobretudo, para a produção de asfalto e bunker e também está menos exposta às instabilidades dos mercados de diesel e gasolina.
A petroleira fracassou nas primeiras tentativas de venda de suas unidades maiores: a Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul; Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
No início do mês, o diretor financeiro da Petrobras, Rodrigo Araújo, disse que a companhia ainda espera o “momento adequado” para a retomada dos processos de venda desses ativos.
A primeira tentativa da Petrobras de vender a Refap (RS), Repar (PR) e a Rnest (PE) foi malsucedida. A intenção da empresa é relançar as negociações. No ano passado, executivos da Petrobras já sinalizaram que as ofertas não devem ser recebidas antes das eleições.