A Petrobras anunciou nesta segunda (5) que assinou com a 3R Petroleum contrato para venda da sua participação de 62,5% no campo de Papa-Terra, em águas profundas da Bacia de Campos. O contrato está avaliado em US$ 105,6 milhões, sendo 90,0 milhões em pagamentos contingentes previstos em contrato, relacionados a níveis de produção do ativo e preços futuros do petróleo.
A 3R Petroleum pagará ainda US$ 6 milhões firmes nesta segunda e outros 9,6 milhões no fechamento da transação.
“Ao realocar estrategicamente nossos investimentos, abrimos oportunidades para a diversificação na indústria de óleo e gás com novos investidores e trazendo resultados positivos para as empresas, para a indústria e sobretudo para a sociedade”, afirma Fernando Borges, diretor de Exploração & Produção.
Em novembro do ano passado, a Petrobras havia informado que a gestora de fundos Starboard Asset, que possui participação relevante na 3R Petroleum, fez oferta no valor de US$ 90 milhões para adquirir o campo de Papa-Terra.
A Petrobras estima que Papa-Terra tenha 1,98 bilhão de barris de óleo equivalente (petróleo + gás) in place.
“O surgimento e o fortalecimento de outros players fomentam o desenvolvimento da indústria de óleo e gás, além do estímulo nas economias regional e nacional por meio de diversos canais: impostos, investimentos, geração de emprego e renda, bem como o aquecimento e consolidação da cadeia de suprimento”, afirma Ricardo Savini, CEO da 3R Petroleum.
Detalhes da venda do campo de Papa-Terra
- Starboard Asset fez oferta no valor de US$ 90 milhões
- Petrobras é a operadora de Papa-Terra, com 62,5% de participação
- Chevron detém os 37,5% restantes
- PSO P-63 começou a produzir em 2013
- P-61, única do tipo Tension Leg Wellhead Platform (TLWP) instalada no país, começou a produzir em 2015
- Não conseguiu atingir patamares de produção inicialmente projetados
- Petrobras estima boas possibilidades de ampliação da produção
A Petrobras é a operadora de Papa-Terra, com 62,5% de participação, em parceria com a Chevron, que detém os 37,5% restantes. 100% do projeto está à venda.
Desenvolvimento da produção
O campo de Papa-Terra foi descoberto em junho de 2003 e começou a produzir em novembro de 2013. O desenvolvimento da produção desenhou um projeto com duas plataformas e uma sonda dedicada.
O FPSO P-63, com capacidade para 140 mil barris dia de petróleo e 1 milhão de m³ de gás natural, começou a produzir em 2013. A unidade tem ainda capacidade para injetar 340 mil barris/dia de água.
A plataforma P-61, única do tipo Tension Leg Wellhead Platform (TLWP) instalada no país, começou a produzir em 2015. Os poços da P-61 são do tipo completação seca, ou seja, as válvulas de controle do poço ficam na plataforma, ao invés de no fundo do mar.
O projeto conta ainda com uma sonda dedicada conectada à P-61 para realizar serviços de perfuração, completação e intervenção nos poços.
Produção aquém da esperada
Campo com petróleo ultrapesado, com graus API entre 14 e 17, foi um dos projetos mais complexos desenvolvidos pela Petrobras e não conseguiu atingir patamares de produção inicialmente projetados.
Papa-Terra produziu uma média de 17,3 mil boe/dia em 2019, tendo seu pico de produção ficado entre 30 mil e 40 mil barris/dia de petróleo em 2014.
Agora, a Petrobras estima boas possibilidades de ampliação da produção baseada no resultado dos poços PPT-50 e PPT-51. Somente a completação do poço PPT-51 poderia elevar a produção em quase 10 mil barris por dia de petróleo.
O plano de desenvolvimento acordado com a ANP prevê a construção de sete novos poços produtores no projeto, sendo quatro de completação seca, e quatro novos poços injetores, que pretendem ajudar com recuperação secundária e ampliar a produção de petróleo.
Papa-Terra tem contrato de concessão assinado com a ANP até 2032. Área da Rodada Zero, não tem compromisso de conteúdo local.
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