RIO — O diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, afirmou nesta sexta (12/5) que investimentos na readequação do atual parque de refino da companhia podem aumentar entre 400 mil e 500 mil barris/dia a capacidade existente de processamento, sem a necessidade de construção de novas refinarias.
Segundo o executivo, o potencial de aumento da capacidade de destilação nas refinarias existentes equivale a “duas novas Reducs” — uma referência à capacidade da Refinaria Duque de Caxias (RJ), de 239 mil barris/dia.
Durante teleconferência com analistas e investidores, França destacou que está conversando com a área econômica da companhia para garantir a viabilidade dos novos investimentos, sem entrar em detalhes sobre os novos projetos.
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O atual plano de negócios da empresa, aprovado em 2022, na gestão passada, já prevê investimentos de US$ 4,3 bilhões em expansão do parque de refino entre 2023 e 2027, incluindo adaptações de refinarias existentes e a conclusão da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco.
O foco é na produção de diesel S10. A empresa estima um aumento de 318 mil barris/dia da produção do derivado. O planejamento estratégico, contudo, está sendo reavaliado pelo novo comando da petroleira e novos projetos podem ser incorporados.
Petrobras quer aumentar uso das refinarias
A empresa também pretende elevar o fator de utilização das refinarias nos próximos meses, para acima de 90%, uma vez que a companhia não tem nenhuma nova parada programada para manutenção prevista, disse França.
No primeiro trimestre, o fator de utilização das refinarias da companhia foi de 85%. No período, foram feitas paradas programadas na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, na Refinaria Henrique Lage (Revap), em São Paulo, e na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), também em São Paulo.
Ao todo, a companhia investiu R$ 1,2 bilhão na manutenção de equipamentos nessas unidades.
Novos investimentos em PE e MS
Em abril, a Petrobras fechou o contrato para para ampliação e modernização do trem 1 da Rnest. O projeto vai aumentar a capacidade de produção de 115 mil barris/dia para 130 mil barris/dia. A conclusão da obra está prevista para 2024.
O diretor executivo de Logística, Comercialização e Mercados, Cláudio Schlosser, destacou também que a companhia vai começar a operar um novo polo de venda de derivados em Rondonópolis (MS).
“Isso é um marco importantíssimo e garante a presença da Petrobras em uma das regiões que mais vai crescer nos próximos anos”, afirmou.