O conselho da Petrobras decidiu que a companhia vai perseguir a alocação de uma faixa de investimentos (capex) de 6% a 15% em projetos de baixo carbono na revisão do plano de negócios para o próximo ciclo plurianual, de 2024 a 2028.
Decisão tomada na reunião de quarta (31/5). No plano atual (2023-2027), essa alocação de capital está em 6%. O novo plano deve ser fechado até novembro pela diretoria, para aprovação pelo conselho de administração.
Um projeto de “baixo carbono” na Petrobras considera investimentos para reduzir as emissões das operações, como iniciativas para descarbonização da produção de óleo e refino. Além do investimento em energias renováveis.
Para um projeto entrar no plano de negócios, ele precisa demonstrar viabilidade técnica e econômica, diz a empresa.
“Tais projetos deverão buscar o retorno do investimento, redução do custo de capital, fortalecimento da Petrobras como uma empresa de energia integrada, maximizando o valor da companhia”.
- Cobrimos por aqui: Petrobras pode elevar investimentos em US$ 4 bi com novos projetos
Biorrefino e eletrificação
Atualmente, os principais investimentos da Petrobras nessa área estão relacionados ao biorrefino, a produção de diesel coprocessado com óleo vegetal nas refinarias e os planos de construção de unidades dedicadas no futuro, de diesel verde (HVO).
Há também US$ 3 bilhões destinados à contração das duas primeiras plataformas totalmente eletrificadas, que além da substituição por equipamentos mais eficientes e medidas de controle de emissões, como o sistema de flaring fechado.
“Estamos promovendo mudanças com todo o diálogo necessário, seguindo todas as etapas previstas na governança da companhia, e aprofundando nosso diálogo com a sociedade e investidores. Estamos escrevendo o início desse novo capítulo a muitas mãos, como tem de ser”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
A Petrobras cita também o plano de conciliar “o foco em óleo e gás com a diversificação em negócios de baixo carbono (inclusive produtos petroquímicos e fertilizantes)”.
Na exploração e produção, reforça que é preciso “repor as reservas de petróleo e gás inclusive com a exploração de novas fronteiras, aumentar a oferta de gás natural e promover a descarbonização das operações”.
Atualmente, a companhia tenta licenciar o início da exploração de petróleo e gás em águas profundas da Bacia da Foz do Amazonas, uma nova fronteira. A licença foi negada pelo Ibama.
“A Petrobras reforça que os investimentos devem ser financiados pelo fluxo de caixa operacional da companhia, em níveis equivalentes às suas congêneres, e preferencialmente por meio de parcerias que permitam compartilhar riscos e expertise”, diz.