Petrobras vai assumir operação de bloco da BP na Foz do Amazonas

Shell inicia campanha em Alto de Cabo Frio Oeste, pré-sal da Bacia de Santos. Na imagem: Brava Star (NS-45), navio-sonda offshore da Petrobras (Foto: Divulgação Constellation)
Brava Star (NS-45), navio-sonda offshore da Petrobras (Foto: Divulgação Constellation)

A Petrobras vai assumir a operação do bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, e será a principal empresa responsável pelas áreas contratadas em águas profundas na região em 2013, na 11ª rodada. As informações são da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que aprovou nesta quinta (22) a mudança no contrato.

Até o momento, as empresas não conseguiram licenças ambientais do Ibama para perfurar na Foz do Amazonas.

A Petrobras permanece com 30% e BP, com 70% do FZA-M-59. O bloco é um dos nove contratados na 11ª rodada, de 2013, a maioria deles em consórcios liderados pela Total, que desistiu do projeto.

A mudança ocorre um mês depois de a Total anunciar que vai transferir toda a sua participação em cinco blocos da Foz do Amazonas para suas sócias e se a BP dispensar o aumento de participação, a Petrobras ficará com 70% dos ativos.

No saldo das alterações, a Petrobras será operadora dos blocos FZA-M-57, FZA-M-59, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127, todos em sociedade com a BP. Também operam na região a Enauta (FZA-M-90) e PetroRio (FZA-M-254 e FZA-M-539).

Localização dos blocos de exploração de petróleo e gás natural em águas profundas da Bacia da Foz do Amazonas
Localização dos blocos de exploração de petróleo e gás natural em águas profundas da Bacia da Foz do Amazonas

Operadores não conseguem licença para perfurar na Foz

A Total e a BP chegaram a solicitar as licenças de exploração para perfurar na Foz do Amazonas, mas o Ibama negou os pedidos. Para o órgão ambiental, faltaram estudos que detalhassem os impactos e, portanto, as medidas necessárias para que a atividade ocorresse com segurança.

Pesa também o fato de os blocos estarem próximos da fronteira com a Guiana Francesa, já que há uma entendimento que é necessária uma coordenação com o país vizinho, que pode ser prejudicado em caso de vazamento de petróleo.

A região fez parte de uma campanha da ONG internacional Greenpeace, que defende que nenhuma atividade petrolífera seja conduzida na Foz do Amazonas. Ganhou notoriedade depois de uma expedição para estudar as formações de corais na costa do Amapá.

[sc name=”adrotate” ]

A Total chegou a reiniciar o licenciamento para perfurar sete poços na Foz do Amazonas, a maior campanha prevista para a região, mas desistiu. No passado, a Petrobras perfurou na Foz do Amazonas, mas sem descobertas que justificassem investimentos adicionais.

A liberação das perfurações é uma demanda de políticos do Amapá, estado que poderia ser beneficiado pela contratação de serviços locais e aumento da movimentação portuária.

“O que falta lá é só a licença do Ibama. Está sendo protelado. A gente vai precisar muito do apoio de vocês para que se resolva isso. O Amapá está nessa rota de desenvolvimento”, afirmou o senador Lucas Barreto (PSD/AP) durante as sabatinas de Symone Araújo e Rodolfo Saboia, futuros diretores da ANP.

Symone Araújo defendeu que é preciso integrar mais as áreas do governo para destravar exploração em nova fronteira.

“É de grande valia para o Brasil que a gente avance em novas fronteiras. Não conhecemos o potencial de nossas bacias. Utilizamos um potencial na casa de menos de 5%”, afirmou.

[sc name=”newsletter” ]