Combustíveis e Bioenergia

Petrobras segura reajuste, mas preço da gasolina bate novo recorde

Estatal está há 52 dias sem mexer nos preços do diesel e gasolina e opera com preços abaixo da paridade internacional

Petrobras segura reajuste, mas preço da gasolina bate novo recorde. Na imagem, bomba de abastecimento de combustível
Preço médio do litro de gasolina aumentou 0,18% na semana passada, para R$ 7,283, o maior valor nominal desde que a ANP passou a fazer levantamento semanal de preços, em 2004 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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eixos.com.br | 02/05/22

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A Petrobras está há 52 dias sem reajustar os preços nas refinarias, mas o valor do litro da gasolina bateu novo recorde nos postos brasileiros na semana passada, enquanto o diesel subiu pela segunda semana consecutiva, de acordo com dados da ANP. Em paralelo, no mercado global, os preços do diesel continuam em alta. A defasagem da Petrobras para os preços internacionais pressiona a estatal a anunciar um novo reajuste.

— Os altos preços do gás natural levaram a Europa a substituir combustíveis na geração de energia, o que contribui para a alta do diesel no mercado global. Os preços do derivado se descolaram do petróleo.  A situação aumenta a pressão para que a Petrobras reajuste os preços do derivado nas refinarias. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a estatal pode anunciar aumentos de preços “a qualquer momento”.

— Nos cálculos da consultoria Stonex, o diesel vendido pela Petrobras está 20%, em média, abaixo do preço de paridade de importação (PPI). A defasagem da gasolina é menor. Segundo a Abicom, o derivado está 11% abaixo dos preços de importação,

— Nas bombas, o preço da gasolina subiu pela terceira semana consecutiva. O preço médio do litro do combustível aumentou 0,18% na semana passada, para R$ 7,283. Este é o maior valor nominal desde que a ANP passou a fazer levantamento semanal de preços, em 2004. O maior preço apurado nos mais de 5 mil postos pesquisados foi de R$ 8,599 o litro, e o menor, R$ 6,290. g1

— O valor recorde também foi apurado pela ValeCard, empresa especializada em soluções de gestão de frotas que verifica os preços desde janeiro de 2019. O preço médio da gasolina fechou abril em R$ 7,524. Em comparação com março, quando a média nacional era de R$ 7,288, o valor subiu 3,24%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 31,14%. Estadão

— O levantamento semanal da ANP também apontou aumento no preço do litro do diesel nas bombas, de 0,15% na semana passada, para R$ 6,610 o litro.

O último reajuste dos combustíveis líquidos promovido pela estatal em suas refinarias ocorreu em 11 de março. Na ocasião, a gasolina subiu 19%; o diesel, 25%; e o GLP (gás de cozinha), 16%.

— O reajuste fez com que o presidente Jair Bolsonaro (PL) — apontado em pesquisa Genial/Quaest como o principal responsável pela inflação dos derivados no país — mudasse o comando da estatal. O general Joaquim Silva e Luna foi substituído por José Mauro Coelho, ex-secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia.

— Bolsonaro faz críticas à política de preços da Petrobras, alinhada ao PPI desde outubro de 2016. Coelho, porém, já se declarou favorável à prática de preços de mercado.

Gás natural 19% mais caro No domingo, ocorreu o primeiro reajuste de preços da Petrobras na gestão de Coelho. Os novos valores do gás natural vendido pela estatal às distribuidoras valem até 31 de julho. O aumento faz parte dos reajustes trimestrais previstos nos contratos de suprimento com as concessionárias e já era aguardado pelo mercado, antes mesmo da troca no comando da petroleira.

O repasse para o consumidor final vai variar de estado para estado, de acordo com o tipo de contrato em vigor, tributos e com as regulações estaduais que definem as margens e mecanismos de repasse dos custos com aquisição de gás. Além disso, cada segmento de consumo possui tarifas diferentes.

— No Rio de Janeiro, por exemplo, a CEG, controlada pela Naturgy, vai reajustar em 19,58% a tarifa do gás natural veicular (GNV). O aumento para as indústrias será de 18,52%, enquanto para as residências a alta será de 6,8% nas tarifas e para o comércio, 7,05%.

FPSO Guanabara dá a partida em Mero A Petrobras iniciou a operação da unidade, a primeira plataforma do sistema definitivo de produção do campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos. O primeiro óleo foi produzido no sábado (30/4). Na primeira fase do projeto, serão interligados seis poços produtores e sete poços injetores. O FPSO Guanabara tem capacidade para processar até 180 mil barris de óleo por dia.

— Mero operava por meio de um sistema de produção antecipada. A previsão da Petrobras é colocar em operação um FPSO por ano na área até 2025.

— A petroleira brasileira é a operadora de Mero (40%) e tem como parceiras Shell (20%), TotalEnergies (20%), CNOOC (10%) e CNPC (10%). Ele será o terceiro maior campo do pré-sal, atrás de Búzios e Tupi (ex-Lula).

Petróleo cai na sexta, mas fecha semana em alta O óleo chegou a subir com a notícia de que a União Europeia (UE) prepara um embargo gradual ao petróleo russo, mas o movimento arrefeceu ao longo da sessão de sexta-feira (29/04). O Brent para julho caiu 0,11%, para US$ 107,14 o barril, e o WTI para junho recuou 0,63%, a US$ 104,69 o barril. No balanço semanal, porém, a commodity teve alta: o Brent subiu 0,46%, e o WTI, 2,56%. Estadão

Apesar das sanções, exportações de petróleo russo crescem As vendas do óleo bruto da Rússia no mercado internacional aumentaram 17% em abril, segundo cálculos da agência Bloomberg com base em dados do Ministério da Energia da Rússia. O país exportou 4,66 milhões de barris/dia nos 28 primeiros dias de abril.

— A produção de petróleo da Rússia no entanto, caiu 8,7% em relação a março, para uma média de 10,05 milhões de barris/dia, de acordo com a Bloomberg. É o nível mais baixo para o país desde novembro de 2020, em meio à pandemia. Valor

Unigel quer mais uma unidade de fertilizantes da Petrobras A companhia do setor químico está interessada na compra do projeto da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) III, em Três Lagoas (MS), informou a Reuters. As negociações entre a estatal e a russa Acron para a venda do ativo fracassaram.

— A Unigel arrendou as fábricas de fertilizantes da Petrobras em Sergipe e na Bahia. Em entrevista à agência epbr, o CEO da companhia, Roberto Noronha Santos, defendeu que o Programa Nacional de Fertilizantes, do governo federal, deve priorizar a competitividade do gás e da energia elétrica para estimular o segmento.

Justiça mantém desoneração da indústria química O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) anulou os efeitos da Medida Provisória 1095, editada pelo governo em 31 de dezembro de 2021 para revogar os benefícios fiscais do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). A ação foi movida pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A MP 1095/2021 foi a segunda tentativa do Ministério da Economia para acabar com os descontos na tributação do setor.

Shell conclui venda de divisão de lubrificantes para a Raízen O negócio inclui a planta de lubrificantes na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro; a base de óleos em Campos Elíseos, em Duque de Caxias (RJ); a divisão de lubrificantes para navios Shell Marine; e os negócios de oferta e distribuição de lubrificantes no país. Após a conclusão da transação, a marca Shell seguirá em destaque, por meio do acordo de licenciamento com a Raízen.

Louis Dreyfus conclui teste de B30 no transporte marítimo A mistura de 30% do biocombustível no combustível marítimo de origem fóssil foi feita em colaboração com a fabricante de navios Wisby Tanke, da Suécia. Segundo a Louis Dreyfus, a viagem durou 55 dias: a embarcação partiu do terminal em Ghent, Bélgica, até outro terminal da companhia em Santos, Brasil, e retornou  com uma carga completa de sucos de laranja. O percurso serviu para medir o impacto da mistura B30 no sistema de combustível do navio e no desempenho geral.

EUA confirmam 15% de etanol na gasolina A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) autorizou oficialmente as vendas de gasolina com mistura de 15% de etanol (E15) durante o verão no Hemisfério Norte. A permissão é emergencial, diante da escalada de preços da gasolina causada pela guerra na Ucrânia. Valor

PL propõe isentar GD de bandeira tarifária O Projeto de Lei 918/2022, do deputado Antônio José Albuquerque (PP/CE), propõe isentar de bandeira tarifária os consumidores que produzem a própria energia a partir de fontes eólica ou solar, no modelo de geração distribuída (GD). A proposta chegou à Comissão de Defesa do Consumidor na semana passada, três meses após sanção do marco legal da microgeração e minigeração distribuída, que mudou as regras do setor para acabar com subsídios cruzados.

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