Combustíveis e Bioenergia

Petrobras reduz preços da gasolina e do diesel

Estatal vai cortar em 40 centavos o preço do litro do diesel; na gasolina, redução será de 20 centavos

Quem se beneficiou da desoneração da gasolina? Na imagem: bomba de abastecimento em posto de combustíveis (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Bomba de abastecimento em posto de combustíveis (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

RIO — A Petrobras vai reduzir em 8,1% o preço do diesel e em 6,1% o preço da gasolina, para as distribuidoras, a partir de quarta-feira (7/12). Desde setembro a companhia não mexia nos valores dos dois combustíveis, nas refinarias.

Com o ajuste, o litro do diesel vendido pela companhia passará de R$ 4,89 para R$ 4,49 — uma redução de 40 centavos. Considerada a mistura obrigatória de 10% de biodiesel na composição do produto comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, de R$ 4,04 por litro vendido na bomba.

A última vez que a petroleira mexeu nos preços do derivado foi no dia 20 de setembro. Na ocasião, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, a baixa foi de 30 centavos (5,8%).

No caso da gasolina, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,28 para R$ 3,08 por litro — um corte de 20 centavos. Considerada a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro no produto final, a parcela da estatal as no preço ao consumidor será, em média, de R$ 2,25 a cada litro.

O último ajuste do combustível, nas refinarias da petroleira, ocorreu no dia 2 de setembro: uma redução de 25 centavos (7,1%).

A redução dos preços da Petrobras acompanha a desvalorização recente do petróleo no mercado internacional, nas últimas semanas.

Ontem (5/12), o Brent caiu 3,38%, fechando o dia a US$ 82,68 o barril — o menor patamar de preços desde janeiro. A cotação foi influenciada por temores de que o Federal Reserve dos EUA possa manter sua política de aperto monetário, suscitando novamente temores de recessão, com impactos na demanda.

De acordo com as estimativas da Abicom, que representa importadores privados de derivados, concorrentes da Petrobras, a estatal fechou o dia, na segunda (5/12), praticando preços acima da paridade internacional.

No caso do diesel, essa diferença era de 43 centavos, na média, enquanto na gasolina era de 25 centavos.

Preços foram pauta de encontro com governo de transição

A política da Petrobras, de alinhamento de preços à paridade internacional, foi um dos assuntos tratados nesta segunda (5/12), na reunião entre executivos da petroleira e o subgrupo de óleo e gás do grupo de trabalho de Minas e Energia, coordenado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), dentro do governo de transição.

A situação da segurança do abastecimento também entrou na pauta da reunião presencial. Nesta terça (6/12), um novo encontro está marcado. A agenda oficial, divulgada pelo GT, inclui o programa de desinvestimento e o plano estratégico da empresa.

Durante a campanha, Lula fez críticas à política de preços da estatal e prometeu o fim do alinhamento à paridade internacional — instituída pela petroleira no governo Michel Temer, em 2016. No governo Bolsonaro, a Petrobras abandonou a paridade, em momentos de crises políticas. Demitiu o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e dois presidentes da companhia neste ano eleitoral: Joaquim Silva e Luna e José Mauro Coelho.

Lula defende a expansão do refino no Brasil e o realinhando os preços dos derivados no mercado interno.

Relembre:

Cogitado para assumir a presidência da companhia, Jean Paul Prates, por sua vez, já defendeu a criação de referências regionais para os preços. A ideia é que eles levem em conta a formação de preços nacionais e importados.

Também defende a criação da conta de estabilização de preços. Um projeto seu sobre o assunto (PL1472/21) chegou a ser aprovado no Senado Federal este ano, com apoio do governo, mas posteriormente foi barrado por iniciativa do ministro da Economia, Paulo Guedes.