RIO – A Petrobras anunciou nesta terça (26/12) uma redução de 30 centavos (ou 7,9%) no preço do litro do diesel vendido às distribuidoras, para R$ 3,48. No ano, segundo a estatal, o combustível acumula uma queda de R$ 1,01 por litro – o equivalente a um corte de 22,5%.
Não houve ajustes nos preços da gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP).
A decisão de reduzir o preço do diesel, segundo a empresa, “é resultado da análise dos fundamentos dos mercados externo e interno frente à estratégia comercial da Petrobras“.
Considerada a mistura obrigatória de 12% do biodiesel no produto final, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor final terá uma redução de 26 centavos por litro; passará a ser, em média, de R$ 3,06 a cada litro vendido na bomba.
O valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto, contudo, é afetado também por outros fatores como impostos, preço do biodiesel e margens da distribuição e da revenda.
Janela para importadores privados estava aberta
Esta é a segunda redução do preço do diesel anunciada pela Petrobras no mês.
No dia 8 de dezembro, a empresa já havia cortado em 27 centavos (ou 6,66%) o preço do derivado, em meio à desvalorização dos preços internacionais do petróleo.
Desde então, contudo, a commodity vem aumentando no mercado. O Brent, referência global, custava US$ 75,84 o barril no dia 8, mas se situa nesta terça (26) em US$ 80.
Apesar da pressão dos preços internacionais e do câmbio, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que representa concorrentes privados da Petrobras na importação, estima que a estatal operava, nesta terça, em linha ou até 17 centavos acima do preço de paridade de importação (PPI), a depender do polo de suprimento.
Ou seja, a janela estava favorável para importadores privados.
A estratégia comercial da Petrobras, implementada desde maio deste ano, segundo a própria companhia, “incorpora parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da Petrobras na sua precificação”.
De acordo com a estratégia da companhia, são usadas duas referências:
- o custo alternativo do cliente: valor que será “priorizado na precificação” e leva em conta principais as alternativas, “sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”;
- e valor marginal para a Petrobras: o custo de oportunidade, que são as alternativas de comercialização, “dentre elas, produção, importação e exportação” de gasolina e diesel ou do petróleo.