Empresas

Exclusivo: Petrobras quer fatia de pelo menos 50% na Braskem, diz Prates

Atual controladora da petroquímica, a Novonor está negociando a saída do ativo

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, durante entrevista ao estúdio epbr na OTC 2024 em Houston
Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, durante entrevista ao estúdio epbr na OTC 2024 em Houston

HOUSTON, TX – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a intenção da estatal é ampliar a participação na Braskem para pelo menos 50% do capital. A atual controladora da petroquímica, a Novonor (ex-Odebrecht) está negociando a saída do ativo.

Em entrevista ao estúdio epbr durante a Offshore Technology Conference (OTC) 2024, em Houston (Texas), nesta terça-feira (7/5), Prates afirmou que a ideia é que o novo sócio entre em “igualdade de condições” com a Petrobras. Assista na íntegra acima.

“Essa é a nossa chance também de colocar no mínimo o co-controle dessa empresa, que é muito importante para nós, e na nossa visão de gestão atual, liderada inclusive pelo presidente Lula”, disse, em referência à intenção do presidente da República de que a estatal retorne a esse segmento. 

A Petrobras tem 36,1% do capital da Braskem e abriu um processo de due diligence para avaliar o processo de venda. A estatal tem direito de preferência caso decida também vender ou ampliar a participação. A companhia informou em nota hoje que ainda não houve nenhuma decisão final da diretoria ou do conselho de administração sobre esse tema. 

O executivo também citou a possibilidade de que a Petrobras compre a fatia da Novonor e venda a outro sócio posteriormente. 

“O movimento pode ser, não havendo comprador, a gente pode até eventualmente fazer a aquisição e sair de novo, fazer um farm out, digamos assim, de participação nós mesmos. Ou podemos obviamente assistir a todo esse processo, participar dele, e não exercer a opção em função do sócio ser adequado e das proporções e dos acordos serem satisfatórios para nós”, disse. 

O presidente da Petrobras reforçou que acredita que as plantas da petroquímica têm muita sinergia com as unidades de refino da estatal. 

“Para isso, nós precisamos que esse sócio também tenha capacidade financeira indiscutível, e uma capacidade técnica e uma identidade com esse setor de petroquímica no mínimo igual ou maior do que a nossa Petrobras”, acrescentou.

Na visão de Prates, a desistência da Adnoc de avaliar a compra de uma participação na Braskem não está relacionada à crise pela exploração de sal-gema que levou ao colapso de uma mina em Maceió (AL). 

A estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos anunciou, ontem (7/5), que desistiu da negociação. Em novembro, a empresa apresentou uma proposta não vinculante de R$ 10,5 bilhões pela participação da Novonor a Braskem.

Prates acredita que um dos fatores que pode ter preocupado os potenciais compradores foram os passivos tributários e eventuais judicializações. 

Segundo ele, a Petrobras está avaliando os potenciais sócios, mas não vai se envolver na decisão sobre a venda da parcela da Novonor. 

“Ninguém que apareceu ali como proponente é problemático, é ruim. Então, cabe ao vendedor, que é Novonor, e aos bancos que são os credores, definir isso. A gente está deixando isso completamente livre”, afirmou. 

Cobertura completa do estúdio epbr na OTC 2024, em Houston, Texas