RIO — O FPSO Guanabara, a primeira plataforma flutuante do sistema definitivo de produção do campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, deve começar a operar em maio, informou a Petrobras.
Segundo a estatal, o FPSO está, atualmente, na locação, e já concluiu atividades de interligação aos poços. A petroleira aguarda a autorização regulatória para iniciar a operação.
A plataforma tem capacidade para processar até 180 mil barris de óleo por dia. Na primeira fase do projeto, serão interligados seis poços produtores e sete poços injetores ao FPSO Guanabara.
Até o ano passado, Mero opera por meio de um sistema de produção antecipada. Nos próximos anos, a previsão da Petrobras é colocar em operação um FPSO por ano no campo de Mero, até 2025, como parte do sistema definitivo.
O ativo será o terceiro maior campo do pré-sal, atrás apenas de Búzios e Tupi (ex-Lula). A petroleira brasileira opera o campo, com participação de 40%, em sociedade com a Shell (20%), TotalEnergies (20%), CNOOC (10%) e CNPC (10%).
Produção da Petrobras cresce, mas vendas caem
A Petrobras fechou o primeiro trimestre com uma produção de óleo e gás de 2,8 milhões de barris diários de óleo equivalente (boe/dia). O volume representa um aumento de 3,4% em relação ao quarto trimestre de 2021 e de 1,4% na comparação anual.
A companhia atribuiu o resultado à curva de crescimento da produção (ramp-up) dos FPSOs Carioca (campo de Sépia) e P-68 (campos de Berbigão e Sururu), localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
A Petrobras também destacou o início da produção de dois novos poços no campo de Roncador, na Bacia de Campos, em março. Os dois poços adicionaram 18 mil boe/dia à produção. Ao todo, a empresa pretende interligar uma série de 18 poços às plataformas em produção na concessão, ao lado de sua sócia Equinor (25%).
A produção no pré-sal bateu recorde mensal em janeiro de 2022, quando foram produzidos, em média, 2,06 milhões de boe/dia na região. Esse volume representa 72% da produção total da Petrobras.
Com o aumento da produção, a petroleira brasileira conseguiu aumentar as exportações de petróleo em 23,4% ante o quarto trimestre e 6,3% na comparação com os três primeiros meses de 2021. Ao todo, as vendas da companhia no exterior totalizaram, em média, 543 mil barris/dia entre janeiro e março deste ano.
No refino, a estatal fechou o primeiro trimestre com um fator de utilização (FUT) de 87%, em linha com o patamar do quarto trimestre de 2021 e cinco pontos percentuais mais alto que o registrado nos três primeiros meses de 2021, quando houve paradas de unidades relevantes nas refinarias. No fim de março, a companhia alcançou um FUT de 91%.
Houve recorde no processamento de óleo pré-sal — que representou 65% da carga processada no primeiro trimestre e 66% em fevereiro, especificamente.
As vendas de derivados, no entanto, recuaram 8% em relação ao quarto trimestre, para uma média de 1,7 milhão de barris/dia. A queda é atribuída à venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para a Acelen, do fundo Mubadala, concluída em novembro. Na comparação com o primeiro trimestre de 2021, a comercialização de derivados subiu 2%.