O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que a Petrobras poderia fazer parcerias com empresas da Arábia Saudita para produzir fertilizantes e garantir o suprimento global afetado pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Ele falou durante uma mesa-redonda Brasil Arábia Saudita em Riade, com empresários brasileiros e árabes nesta quarta-feira (29/11). O Brasil é o maior importador de fertilizantes do mundo e o quarto maior consumidor.
“Por exemplo, a gente poderia fazer investimentos cruzados entre a nossa Petrobras e empresas da Arábia Saudita para produzir fertilizantes. E dar uma garantia ao mundo com a incerteza criada pela guerra da Rússia na Ucrânia. Nós estamos falando de crescimento econômico e desenvolvimento quando parte do mundo fala em guerra”, disse Lula.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participa da missão junto com Lula, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros integrantes do governo.
Em rede social, Prates afirmou que a visita “é fruto de parcerias e apoios que estamos construindo para o desenvolvimento da nossa economia com projetos para o futuro da energia limpa e novos investimentos entre ambos os países”.
O executivo esteve na Arábia Saudita no final de outubro e discutiu possíveis parcerias com o ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud.
Estive nesta quinta-feira (26) com o ministro de Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman Al Saud.
Conversamos sobre a força do Brasil no setor de óleo e gás, perspectivas de parcerias bilaterais e os caminhos que ambos os nossos países estão percorrendo para… pic.twitter.com/mcsgeCwOdm
— Jean Paul Prates (@jeanpaulprates) October 26, 2023
A petroleira oficializou a retomada dos investimentos na produção de fertilizantes ao divulgar seu plano estratégico 2024-2028, que voltou a incluir aportes no setor.
O plano da Petrobras de retornar ao segmento de produção de fertilizantes inclui retomada da operação da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), no Paraná, ao final de 2024 e o início da produção da UFN 3, em Três Lagoas (MS), em 2028.
A companhia também negocia para o curto prazo um contrato de tolling com a Unigel para viabilizar as fábricas de fertilizantes (fafens) da Bahia e de Sergipe. Nesse modelo, a estatal entra com o gás e fica com os fertilizantes, pagando apenas pelo uso das plantas.
Expansão das renováveis
No pronunciamento, o presidente afirmou que quer a Arábia Saudita como sócia do Brasil na expansão da energia renovável e que o país deveria ser líder do setor em 10 anos.
“Eu quero aproveitar esse fórum, em novembro de 2023, para dizer aqui na Arábia Saudita que daqui a dez anos o mundo vai dizer que se a Arábia Saudita é o país mais importante na produção de petróleo e de gás, daqui a dez anos o Brasil será chamado a Arábia Saudita da energia verde, da energia renovável. Porque é para isso que estamos trabalhando.
“Vocês já sabem que nossa energia elétrica é quase 90% totalmente renovável. O potencial do Brasil e das energias é muito grande, e nós queremos construir parceria com vocês. É que sejam sócios do Brasil no desenvolvimento dessa nova matriz que o mundo precisa, que o mundo sonha e que nós podemos oferecer.”