A Petrobras lançou uma nova campanha de medição eólica offshore a partir de plataformas de petróleo em águas rasas no litoral dos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo. A petroleira está instalando sensores Light Detection and Ranging (LiDAR) em seis unidades de produção.
A campanha de medição anemométrica vai durar três anos e dará subsídios para a instalação de parques eólicos na costa brasileira.
O primeiro equipamento foi instalado e está operando na plataforma fixa PAG-2 no Rio Grande do Norte. Os outros cinco sensores serão instalados ao longo dos próximos 12 meses.
Os sensores LiDAR são alimentados por painéis solares ou pelos próprios sistemas das plataformas.
Medições por LiDAR
O sensor óptico LiDAR usa feixes de laser para medir a velocidade e direção do vento, de 30 a 200 metros de altura. É extensivamente aplicado no desenvolvimento de parques eólicos onshore e offshore para levantar os dados que embasam o planejamento e operação dos aerogeradores.
O primeiro sensor da costa brasileira foi instalado há 10 anos para validar o uso da tecnologia. A torre de 85 metros foi instalada inicialmente na Plataforma PAG-02, no Rio Grande do Norte, e posteriormente em três outras plataformas no Rio Grande do Norte e Ceará. Essas instalações resultaram na criação do primeiro Atlas Eólico Offshore da região.
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, afirmou em comunicado que além de ser mais ágil, a instalação dos equipamentos em plataformas da companhia reduz custos:
“A campanha de medição é a primeira etapa para o desenvolvimento de projetos de energia eólica e o uso de equipamentos instalados nas plataformas fixas traz maior agilidade e menores custos aos estudos que, nesse caso, dispensam a instalação de torres anemométricas ou boias. Os dados obtidos a partir dessas medições permitirão definir o potencial para implantação de um parque eólico e, uma vez que ocorra um processo para outorga dos direitos sobre a área para geração de energia, o projeto de engenharia e escolha das tecnologias mais adequadas”, disse em nota Tolmasquim.
Outros projetos em andamento
Além das novas medições, um LiDAR está em funcionamento na Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1), na Bacia de Campos, desde 2020. A PRA-1 está instalada em local com cerca de 100 m de profundidade, a 120 km do litoral. Segundo a Petrobras, as medições na PRA-1 permitirão aprimorar o conhecimento das características de longo prazo do vento, em uma região com muitas sinergias com as atividades de E&P da companhia.
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Em 2022, a Petrobras também iniciou os testes da tecnologia Bravo (Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore) no Rio Grande do Norte. A boia de medição representa uma alternativa às torres fixas de medição.
A Aneel financiou o projeto através do seu programa de P&D, e o desenvolvimento ocorreu em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) do Rio Grande do Norte e o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE) de Santa Catarina.
A expectativa é que esta tecnologia, pioneira no Brasil, permita uma redução de custos de até 40% em comparação aos serviços atualmente disponíveis no mercado, que são exclusivamente contratados no exterior.