A Petrobras informou nesta segunda (3/4) que iniciou a licitação para afretamento de dois navios-plataformas destinados ao projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), na Bacia de Sergipe-Alagoas. Conforme antecipado pela agência epbr, a companhia havia aprovado a contratação das unidades e estava concluindo os trâmites junto aos sócios, para lançar o edital.
“O projeto Sergipe Águas Profundas se destaca pelas reservas expressivas, com potencial de impulsionar a oferta de gás natural no país e reduzir nossa dependência à importação desse insumo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prate, em comunicado à imprensa.
São duas FPSOs de 120 mil barris/dia de capacidade de processamento de óleo e condensado. No caso do gás natural, uma das unidades terá capacidade para 10 milhões e a segunda para 12 milhões de m³/dia.
Com o atraso na contratação, – entre 2021 e 2022, a Petrobras tentou contratar o que viria a ser a P-81 pelo modelo BOT (do inglês Built Operate and Transfer) – os campos estão previstos para entrar em operação em 2027.
A plataforma SEAP I vai produzir nas jazidas dos campos de Agulhinha, Agulhinha Oeste, Cavala e Palombeta, localizados nas concessões BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-11 – com 60% de participação, em parceria com a IBV Brasil Petróleo LTDA (40%) — e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.
A plataforma SEAP II vai produzir nas jazidas dos campos de Budião, Budião Noroeste e Budião Sudeste, localizados nas concessões BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, respectivamente. A Petrobras é operadora das concessões BM-SEAL-4 — com 75% de participação em parceria com a ONGC Campos Limitada (25%) — e BM-SEAL-4A e BM-SEAL-10, onde detém 100% de participação.
“Outra vantagem é que o gás é o combustível crucial de transição energética. Não só por sua versatilidade de aplicação — como fonte de energia para as mais diversas indústrias — e previsibilidade de entrega, mas principalmente por sua eficiência em emissões”, complementou ele.
Não houve mudanças nos índices de conteúdo local, na nova contratação. Os fornecedores deverão atender estritamente aos requisitos do contratos de concessão, que giram em torno de 30% de nacionalização das encomendas.
Uma nova província de gás
Com o projeto da Petrobras em águas profundas, Sergipe passará a ser a maior província gasífera conectada aos gasodutos de transporte, fora das Bacias de Campos e Santos.
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O estado possui um terminal de regaseificação, comprado ano passado pela Eneva. A Transportadora Associada de Gás (TAG) está construindo o gasoduto de interligação com a malha, com previsão de conclusão este ano.
Em outubro de 2022, a Eneva se movimentou para adquirir participação nos campos, por meio da aquisição de participação na IBV Brasil Petróleo ou no contrato BM-SEAL-11. A oportunidade surgiu na insolvência da VOVL Limited, que detém indiretamente 50% da IBV.
A IBV detém 40% dos campos de Agulhinha e de Cavala. Na região, a Petrobras opera com 100% os campos de Agulhinha Oeste, Budião Sudeste, Budião Noroeste e Palombeta; e 75% de Budião, em sociedade com a também indiana ONGC.
O negócio estava em fase de avaliação preliminar, informou à Eneva, na época. Não foram feitas novas atualizações desde então.
O desenvolvimento dos campos de águas profundas de Sergipe vem sendo adaptado ao longo de anos recentes.
São descobertas de bilhões de m³ de gás natural que, inicialmente, seriam desenvolvidas com apenas uma plataforma de 8 milhões de m³/dia de capacidade.
Além do aumento de capacidade de produção de gás do projeto, a Petrobras atualizou a estratégia de escoamento: incluiu módulos de tratamento embarcados, para reduzir a necessidade de instalação de infraestrutura em terra para processamento do gás.
Em dezembro, a Petrobras anunciou um plano de negócios com orçamento de US$ 64 bilhões para exploração e produção de óleo e gás.
A Petrobras será responsável por quase metade da demanda conhecida por FPSOs no mundo até 2027.
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