Combustíveis e Bioenergia

Petrobras eleva o preço do GLP em 7% em meio a iniciativas para subsidiar gás de cozinha

Por ser largamente utilizado na cozinha dos brasileiros, o preço do GLP é sensível do ponto de vista social e tem um histórico de controles e subsídios
Por ser largamente utilizado na cozinha dos brasileiros, o preço do GLP é sensível do ponto de vista social e tem um histórico de controles e subsídios (Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil)

A Petrobras anunciou nesta sexta (8) um reajuste de 7,19% nos preços do GLP nas refinarias, após um período de 95 dias sem mudanças nos preços do combustível.

“Desta forma, a partir de sábado (9/10), o preço médio de venda do GLP, da Petrobras para as distribuidoras, passará de R$ 3,60 para R$ 3,86 por quilo, equivalente a R$ 50,15 por 13kg, refletindo em reajuste médio de R$ 0,26 por quilo”, disse a estatal em nota.

O aumento é feito em meio a discussões de medidas para subsidiar o acesso de famílias carentes ao gás de cozinha em Brasília, a proposta da própria Petrobras em destinar recursos a um programa social e comentários do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre uma possível “venda direta” do combustível.

A Câmara dos Deputados aprovou no final de setembro a criação do Gás Social, programa que pretende subsidiar pelo menos 50% do preço do botijão para famílias carentes inscritas no Cadastro Único e beneficiários do BPC.

O benefício será bancado por uma contribuição de R$ 2,18 na Cide sobre o GLP – na prática, uma transferência do valor do PIS e Cofins, isentos pelo governo desde o início do ano para o gás de cozinha, para uma contribuição que dá mais flexibilidade para o uso dos recursos.

Também entrará na conta parte dos royalties e receitas de comercialização do petróleo da União.

O texto de autoria de Carlos Zarattini (PT/SP) e relatado por Christino Áureo (PP/RJ) foi aprovado por quase unanimidade.

Foram contrários a proposta o partido Novo e o próprio governo, que tenta ainda contornar a criação de um programa social para o gás de cozinha por parte do legislativo.

No mesmo dia, a Petrobras emitiu um comunicado de que criará um programa social próprio para o GLP.

Serão destinados R$ 300 milhões em 15 meses para beneficiar famílias carentes. Caso seja colocado em prática ainda em outubro, a duração da iniciativa será exatamente o restante da atual gestão do Executivo.

É 10% do valor que Jair Bolsonaro tinha prometido. Em julho deste ano, o presidente chegou a dizer que a estatal tinha um fundo com R$ 3 bilhões que seria usado para bancar um vale-gás.

Ainda não há um modelo para o programa que foi anunciado pela empresa que, segundo o comunicado, está “em fase final de estudos”.

Iniciativas semelhantes já foram feitas pelos governos estaduais, após a disparada de preços neste ano.