Petrobras elege Silva e Luna presidente e define nova diretoria

Quatro novos diretores foram escolhidos pelo conselho, todos funcionários de carreira da Petrobras

O General Joaquim Silva e Luna, cumprimenta o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque
(Foz do Iguaçu - PR, 26/02/2019) O General Joaquim Silva e Luna, cumprimenta o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Foto: Alan Santos/PR

O Conselho de Administração da Petrobras elegeu o general da reserva Joaquim Silva e Luna para o cargo de presidente e definiu a nova diretoria que vai comandar a companhia, após as mudanças na gestão promovidas pelo governo federal. Reunião foi realizada nesta sexta (16).

Quatro novos diretores foram escolhidos pelo conselho, todos funcionários de carreira da Petrobras, para substituir os executivos que manifestaram a intenção de deixar a companhia:

  • Fernando Borges: diretoria de Exploração e Produção, no lugar de Carlos Alberto Pereira de Oliveira;
  • João Henrique Rittershaussen: Desenvolvimento de Produção e Tecnologia, na vaga ocupada por Rudimar Lorenzatto;
  • Claudio Mastella: Comercialização e Logística, substituindo André Chiarini;
  • Rodrigo Araújo Alves: Finanças e Relações com Investidores, no lugar de Andrea Almeida;

O quadro de sete diretores fica completo com a recondução de Nicolás Simone (Transformação Digital e Inovação); Roberto Ardenghy (Relacionamento Institucional e Sustentabilidade); e Rodrigo Lima e Silva (Refino e Gás Natural), que assumiu recentemente após Anelise Lara decidir deixar a Petrobras.

“As indicações dos executivos foram objeto de prévia análise pelo Comitê de Pessoas que assessora o Conselho de Administração da Petrobras”, informou a companhia.

O general da reserva Joaquim Silva e Luna deixou o cargo de diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional este mês, por decisão do governo, encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não aprovava o então presidente da estatal Roberto Castello Branco, escolhido por Paulo Guedes na transição de governo em 2018.

A transição é conturbada. Além de ações judiciais que acusaram o governo de interferência na governança da Petrobras, a troca é vista com desconfiança pelo mercado financeiro, que sempre apoiou a condução de Castello Branco.

Houve também um questionamento sobre o enquadramento da experiência militar e executiva de Silva e Luna na lei que rege a escolha de dirigentes de estatais.

De fevereiro para cá, Bolsonaro já afirmou diversas vezes que é contra a política de preços de derivados da Petrobras, inclusive disse que com a chegada de Silva e Luna pode mudar a forma como a companhia precifica os combustíveis no mercado nacional. A Petrobras, com quase 100% da capacidade nacional de refino, é a formadora de preços de derivados.

Durante a escolha dos novos conselheiros no início da semana, o advogado Marcelo Gasparino, eleito para o CA como representante dos acionistas minoritários, indicou que após a posse vai renunciar para forçar a convocação de uma nova eleição. Isso pode adiar a posse de Silva e Luna na presidência da empresa.

Os minoritários tentaram garantir maior representatividade no conselho da empresa e há questionamentos sobre as eleições.

Quem é quem

Silva é Luna é general da reserva do Exército, serviu no Ministério da Defesa de março de 2014 a janeiro de 2019, como Secretário-Geral e como Ministro da Defesa. Em seguida, foi diretor-geral de Itaipu Binacional.

Em seus 45 anos de Exército, foi Comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé (AM); Diretor de Patrimônio, em Brasília; chefe do Gabinete do Comandante do Exército e chefe do Estado-Maior do Exército. Também foi conselheiro da estatal de pesquisa da Marinha, Amazônia Azul (Amazul), por três anos – o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, presidiu o conselho da empresa.

Rodrigo Araújo Alves atua na Petrobras desde 2007 e desde desde 2017 era gerente executivo de Contabilidade e Tributário. Foi presidente do Conselho Fiscal da TBG e membro do Conselho Fiscal de outras empresas do grupo Petrobras.

Cláudio Rogério Mastella está há 34 anos na Petrobras, com passagens pelas áreas de Comercialização, Refino e Logística. Ocupou diversas funções gerenciais nas áreas de planejamento operacional, operações logísticas, refino e comercialização e foi gerente executivo de Logística entre 2015  e 2019 e gerente executivo de Comercialização de 2019 até o momento. Também atuou conselheiro na Logum Logística S.A. e na Transpetro. Foi também diretor suplente da Petrobras Argentina.

Fernando Borges possui 38 anos de experiência na Petrobras, atuando como gerente de Reservatórios na Bacia de Campos e na Bacia de Sergipe-Alagoas, gerente geral da Unidade de Negócios UN-SUL, gerente geral de Produção de E&P, gerente de projetos do campo de gás de Mexilhão, na Bacia de Santos.

Foi também diretor de E&P da Petrobras Bolívia, gerente geral de Operações de Poços na Petrobras Internacional, gerente geral de Sondas Offshore na área de Construção de Poços Marítimos do E&P da Petrobras e gerente geral de Implantação de Projetos em Libra. Mais recentemente, atuou como gerente executivo de Libra e, a partir de setembro de 2019, de Relacionamento Externo, posição que ocupou até o presente momento.

João Henrique atua na Petrobras há 34 anos. Desde novembro de 2017 atua como gerente executivo, inicialmente de Sistemas de Superfície e em novembro de 2018 tornou-se gerente executivo de Sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia, área que responde pela construção dos novos ativos da companhia nas áreas de E&P e Refino e Gás Natural (FPSOs, UPGNs, dutos terrestres, unidades de refino, dentre outros).

As informações são da Petrobras.

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