RIO — A Petrobras e a Equinor assinaram nesta segunda-feira (6/3) uma carta de intenções para ampliar a cooperação entre as empresas na avaliação de projetos conjuntos de geração eólica offshore na costa brasileira. Ao todo, as companhias avaliarão a viabilidade técnico-econômica e ambiental de sete projetos que somam até 14,5 GW de potência instalada.
O acordo amplia o escopo de uma parceria firmada entre Petrobras e Equinor em 2018 e que, inicialmente, contemplava apenas dois parques eólicos: Aracatu I e II, ambos localizados na fronteira litorânea entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo.
O novo acordo prevê, agora, a avaliação da viabilidade de parques eólicos de Mangara (na costa do Piauí); Ibitucatu (costa do Ceará); Colibri (fronteira litorânea entre o Rio Grande do Norte e Ceará), além de Atobá e Ibituassu (ambos na costa do Rio Grande do Sul). O prazo de vigência da parceria vai até 2028.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou que a parceria ainda está em fase de estudos e que os investimentos, de fato, dependerão de “análises aprofundadas para avaliar sua viabilidade, além de avanços regulatórios que permitirão os processos de autorização para as atividades, a ser feita pela União”.
Prates diz que Petrobras buscará parcerias
No plano estratégico 2023-2027 da Petrobras, a eólica offshore é um dos segmentos priorizados para estudos aprofundados.
Ao assumir o comando da companhia, Jean Paul Prates tem reforçado o interesse de ampliar os esforços da petroleira na diversificação de negócios, de olho nas oportunidades trazidas pela transição energética.
Na semana passada, o presidente da Petrobras afirmou que a empresa buscará explorar atividades que guardam sinergias com a expertise em óleo e gás e que os investimentos nos novos negócios serão feito com responsabilidade.
“Nossas operações em águas profundas e ultraprofundas nos colocam em posição privilegiada para geração eólica offshore, inclusive integrada a produção de óleo e gás. Vamos seguir de forma responsável a diversificação dos negócios”, comentou.
Ainda segundo ele, a Petrobras buscará entrar em renováveis por meio de parcerias. Disse ainda que quer construir o novo plano de investimentos com diálogo com o mercado, para evitar que “decretar projetos de cima para baixo” – e, assim, ver o planejamento estratégico ser mal recebido por investidores.
Em nota, a Petrobras informou que segue mapeando oportunidades e desenvolvendo projetos de desenvolvimento tecnológico nesse segmento, como os testes da Boia Remota de Avaliação de Ventos Offshore (conhecida como Bravo), em parceria com os SENAIs do Rio Grande do Norte (RN) e Santa Catarina (SC).
Equinor já atua em energia solar no Brasil
Já a Equinor, parceira da Petrobras também em projetos de óleo e gás, como Roncador e Pão de Açúcar, na Bacia de Campos, vê no Brasil uma de suas áreas prioritárias de investimento, tanto em fósseis quanto renováveis.
A norueguesa já atua no país em energia solar. É sócia da Scatec em Apodi (162 MW), a primeira usina solar do portfólio global da Equinor. A planta iniciou a produção em 2018.
Em 2022, foram iniciadas as obras do projeto solar Mendubim (531 MW), realizado em parceria com a Scatec e a Hydro Rein e previsto para entrar em produção em 2024.