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Petrobras e ArcelorMittal avaliam modelos de negócios para hubs de captura de carbono

Acordo entre as empresas envolve avaliação de oportunidades para combustíveis de baixo carbono, hidrogênio e derivados

Petrobras e ArcelorMittal vão estudar potenciais modelos de negócios para hubs de captura e uso de carbono ( CCUS). Na imagem: Unidade de produção de aços planos da ArcelorMittal em Tubarão, no ES (Foto: Agência Petrobras)
Unidade de produção de aços planos da ArcelorMittal em Tubarão, no ES (Foto: Agência Petrobras)

BRASÍLIA – Petrobras e ArcelorMittal Brasil anunciaram, nesta segunda (26/2), a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) para estudar potenciais modelos de negócios que viabilizem o desenvolvimento de um hub de CCUS (captura, armazenamento e uso de CO2) no estado do Espírito Santo.

Segundo as companhias, a intenção é identificar oportunidades comerciais e potenciais parcerias no Brasil que estejam alinhadas às estratégias de diversificação e descarbonização.

A formação de hubs de CCUS é uma estratégia adotada ao redor do mundo para reduzir riscos e custos associados aos investimentos na tecnologia. Neles, indústrias de aço, termoelétricas, indústria de cimento, unidades de processamento de gás natural, entre outros, compartilham infraestrutura para transporte e armazenamento do gás de efeito estufa.

Atualmente, existem 15 hubs CCUS no mundo, em vários estágios de desenvolvimento. Estudo da McKinsey estima que a descarbonização da indústria demandará cerca de 700 clusters globalmente até 2050.

A Petrobras está mapeando os reservatórios geológicos que poderão ser utilizados para o armazenamento do CO2. A petroleira também estuda integrar suas instalações no Espírito Santo à infraestrutura do hub de CCS.

Em maio de 2023, a companhia anunciou um projeto-piloto de CCUS no norte-fluminense com capacidade para armazenar 100 mil toneladas de CO2 por ano. Em dezembro, firmou um protocolo de intenções com o Governo do Estado do Rio de Janeiro para a avaliação conjunta da implementação de projetos-piloto de hub de CCUS, incluindo análise de soluções de descarbonização combinadas ao CCUS, como o hidrogênio de baixo carbono.

“O segmento siderúrgico é uma das áreas em que a Petrobras pode agregar muito valor, em possíveis parcerias de negócio de baixo carbono ou explorando potenciais acordos comerciais vinculados aos projetos que a Petrobras desenvolve no setor, envolvendo não somente CCS, mas também energia renovável, hidrogênio e seus derivados e combustíveis de baixo carbono”, explica o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim.

Segundo o CEO ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Oliveira, a iniciativa está alinhada com a meta global do grupo de se tornar neutro em carbono até 2050.