RIO – A Petrobras confirmou nesta terça-feira (9/4) que o segundo poço da retomada da exploração em águas profundas na Bacia Potiguar descobriu uma acumulação de petróleo, mas informou que as duas perfurações feitas na região até o momento precisam de “avaliações complementares”.
O poço Anhangá (1-BRSA-1390-RNS) foi perfurado na concessão POT-M-762_R15 próximo à fronteira entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, em lâmina d’água de 2.196 metros.
“A constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar e foi realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, que serão posteriormente caracterizados por meio de análises de laboratório”, afirmou a companhia.
A petroleira afirmou que vai seguir com as atividades exploratórias no POT-M-762_R15 para avaliar a qualidade técnica do reservatório, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação.
Este foi o primeiro poço pioneiro na Bacia Potiguar desde que a estatal deu início à campanha exploratória que marca o início das perfurações em águas profundas na região da Margem Equatorial, próxima fronteira exploratória da companhia.
A primeira perfuração foi o poço de extensão Pitu Oeste, concluído em janeiro na concessão BM-POT-17, como parte da campanha de delimitação da descoberta de Pitu, feita na primeira metade da década passada. A companhia comunicou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que identificou presença de hidrocarboneto, mas informou que os dados ainda eram inconclusivos quanto à viabilidade econômica.
Até a noite desta quinta-feira (11/4), nenhum dos dois indícios de petróleo encontrados pela Petrobras na Bacia Potiguar foi publicado na página de notificação de hidrocarbonetos no site da agência. As empresas precisam notificar a ANP em até 72 horas quando ocorre uma descoberta.
Ao todo, a Petrobras pretende perfurar 16 poços até 2028 na Margem Equatorial, com a previsão de US$ 3,1 bilhões em investimentos exploratórios na região que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte.
Em maio de 2023, o Ibama negou o pedido da companhia para uma perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, que integra a região. Na ocasião, o órgão ambiental alegou a necessidade de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). A Petrobras recorreu e aguarda a análise do pedido de reconsideração feito ao órgão ambiental, para realizar uma avaliação de pré-operacional (APO), uma das etapas do processo de licenciamento.
A empresa afirma que as atividades na região visam a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras para atender a demanda de energia durante a transição energética.
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse em entrevista ao estúdio epbr em março que, sem novas descobertas, o Brasil vai chegar a 2050 produzindo menos de 1 milhão de barris/dia de petróleo.