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Petrobras diz que descobertas na Bacia Potiguar demandam análises adicionais

Estatal encontrou acumulação de petróleo em dois poços, mas ainda vai fazer análises para confirmar viabilidade comercial

Petrobras diz que descobertas de acumulação de petróleo na Bacia Potiguar demandam análises adicionais. Na imagem: Navio-sonda NS-42 faz perfurações na Bacia Potiguar, na Margem Equatorial (Foto: Agência Petrobras)
Navio-sonda NS-42 faz perfurações na Bacia Potiguar, na Margem Equatorial (Foto: Agência Petrobras)

RIO – A Petrobras confirmou nesta terça-feira (9/4) que o segundo poço da retomada da exploração em águas profundas na Bacia Potiguar descobriu uma acumulação de petróleo, mas informou que as duas perfurações feitas na região até o momento precisam de  “avaliações complementares”.

O poço Anhangá (1-BRSA-1390-RNS) foi perfurado na concessão POT-M-762_R15 próximo à fronteira entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, em lâmina d’água de 2.196 metros.

“A constatação de reservatórios turbidíticos de idade Albiana portador de petróleo é inédita na Bacia Potiguar e foi realizada através de perfis elétricos e amostras de óleo, que serão posteriormente caracterizados por meio de análises de laboratório”, afirmou a companhia.

A petroleira afirmou que vai seguir com as atividades exploratórias no POT-M-762_R15 para avaliar a qualidade técnica do reservatório, as características do óleo e a viabilidade técnico-comercial da acumulação.

Este foi o primeiro poço pioneiro na Bacia Potiguar desde que a estatal deu início à campanha exploratória que marca o início das perfurações em águas profundas na região da Margem Equatorial, próxima fronteira exploratória da companhia.

A primeira perfuração foi o poço de extensão Pitu Oeste, concluído em janeiro na concessão BM-POT-17, como parte da campanha de delimitação da descoberta de Pitu, feita na primeira metade da década passada. A companhia comunicou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que identificou presença de hidrocarboneto, mas informou que os dados ainda eram inconclusivos quanto à viabilidade econômica.

Até a noite desta quinta-feira (11/4), nenhum dos dois indícios de petróleo encontrados pela Petrobras na Bacia Potiguar foi publicado na página de notificação de hidrocarbonetos no site da agência. As empresas precisam notificar a ANP em até 72 horas quando ocorre uma descoberta.

Ao todo, a Petrobras pretende perfurar 16 poços até 2028 na Margem Equatorial, com a previsão de US$ 3,1 bilhões em investimentos exploratórios na região que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte.

Em maio de 2023, o Ibama negou o pedido da companhia para uma perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, que integra a região. Na ocasião, o órgão ambiental alegou a necessidade de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). A Petrobras recorreu e aguarda a análise do pedido de reconsideração feito ao órgão ambiental, para realizar uma avaliação de pré-operacional (APO), uma das etapas do processo de licenciamento.

A empresa afirma que as atividades na região visam a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras para atender a demanda de energia durante a transição energética.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse em entrevista ao estúdio epbr em março que, sem novas descobertas, o Brasil vai chegar a 2050 produzindo menos de 1 milhão de barris/dia de petróleo.