RIO — A Petrobras aprovou o projeto de engenharia das unidades de produção de combustíveis e lubrificantes no Polo Gaslub, em Itaboraí (RJ) — que será integrado à refinaria Reduc, em Duque de Caxias (RJ).
O projeto terá capacidade para produzir cerca de 12 mil barris/dia de óleos lubrificantes de Grupo II, de maior valor agregado; além de 75 mil barris/dia de diesel S-10 e 20 mil barris/dia de querosene de aviação (QAV-1), de baixo teor de enxofre.
E contempla unidades de Hidrocraquamento Catalítico (HCC), de Hidrotratamento (HDT), de Desparafinação por Izomerização por Hidrogênio (HIDW), unidades auxiliares, utilidades e off-sites (extramuros).
Em nota, a companhia destacou nesta segunda (26/12) que o projeto “permitirá o uso adequado e rentável de grande parte das instalações e unidades do antigo Comperj”.
A ideia é que cargas de gasóleo da Reduc sejam redirecionadas para equipamentos de conversão no polo Gaslub, para produção dos lubrificantes.
O projeto, ainda segundo a estatal, viabilizará o processamento de correntes intermediárias oriundas da Reduc, “eliminando restrições operacionais”.
Novos passos
A Petrobras informou que, a partir de agora, serão realizados os estudos de engenharia básica que suportarão o planejamento do projeto.
Só com a conclusão dessa fase de planejamento é que será tomada a decisão final de investimento e o processo das contratações para início das obras.
No novo plano de negócios da Petrobras 2023-2027, a entrada em operação do projeto de lubrificantes avançados do polo Gaslub está prevista para a partir de 2027.
Para aprofundar:
- Petrobras confirma UPGN do Gaslub, no antigo Comperj, para fim de 2024
- Rio estuda desonerar indústrias de gás natural em Itaboraí (RJ), no antigo Comperj
- Petrobras prevê mais refino, térmicas e FPSOs eletrificados Novo plano de negócios da empresa lista projetos maduros e em avaliação econômica, o que inclui eólicas offshore e hidrogênio
O Gaslub receberá o gás do pré-sal pelo gasoduto de escoamento Rota 3 — que será processado em terra, em unidades com capacidade de 21 milhões de m3/dia. A UPGN atrasou e deve partir em 2024. A Petrobras ainda avalia instalar uma térmica no local.
Ao fim, o Polo Gaslub será algo bem diferente de tudo o que se planejou durante o período de bonança da estatal para o Comperj — inicialmente concebido como um complexo petroquímico, mas que se tornou num projeto de uma refinaria, posteriormente também abandonado.
antessala epbr | Novas ideias para o antigo Comperj Assista na íntegra!
Petrobras fecha acordo para acesso à água no Gaslub
Na semana passada, a Petrobras e a Águas do Rio, concessionária responsável pelos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios do Rio de Janeiro, assinaram acordos para que a Reduc e Polo Gaslub passem a ser abastecidos com água de reúso.
A ideia é que a Reduc passe a usar exclusivamente água de reúso em seus processos industriais e deixe de captar água dos sistemas do Guandu e Saracuruna.
Pelos termos do contrato, a Águas do Rio captará e fornecerá, via adutoras de propriedade da Petrobras, 3.300 m³/h de água para a Reduc. A intenção é que a Águas do Rio passe a fornecer água de reúso para a Reduc a partir de 2024.
No Gaslub, as companhias negociam para que o polo passe a receber até 3.940 m3/h de água de reúso. Com os acordos firmados, a Águas do Rio pretende adiantar os seus compromissos de investimentos na Estação de Tratamento de Esgoto de São Gonçalo.