RIO – A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (27/12) que fechou acordo com a Shell para aquisição de participação em três blocos exploratórios operados pela empresa em São Tomé e Príncipe, na costa oeste da África.
A operação representa o retorno da estatal na exploração de petróleo e gás natural na África, após a venda dos ativos internacionais da estatal brasileira.
“A operação marcará a retomada da atuação exploratória no continente africano com o propósito de diversificação de portfólio e está alinhada à estratégia de longo prazo da companhia, visando a recomposição das reservas de petróleo e gás, por meio de exploração de novas fronteiras e atuação em parceria”, disse a Petrobras, em nota.
A Petrobras adquiriu 45% de participação nos blocos 10 e 13 e 25% de participação no bloco 11, passando os consórcios a terem a seguinte composição:
- Bloco 10: Shell, operadora (40%), Petrobras (45%) e ANP-STP (15%);
- Bloco 11: Shell, operadora (40%), Petrobras (25%), Galp (20%) e ANP-STP (15%);
- Bloco 13: Shell, operadora (40%), Petrobras (45%) e ANP-STP (15%).
Juntas, Petrobras e Shell adquiriram participação em 29 blocos exploratórios na Bacia de Pelotas no 4º ciclo da oferta permanente de concessão da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no começo do mês.
O acordo entre as duas empresas prevê atuação conjunta em potenciais oportunidades de exploração dentro e fora do pré-sal, incluindo a Margem Equatorial.
Também está previsto estudos para investimentos em transição energética, com ênfase em renováveis e captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS).
O documento também estabelece que Petrobras e Shell pretendem investir juntas em projetos para preservar e restaurar a biodiversidade, com o objetivo de emitir créditos para compensar as emissões de carbono, além de projetos sociais.
O retorno à África reflete uma mudança na estratégia da Petrobras, que pretende ampliar sua atuação no exterior.
A companhia aumentou de forma expressiva a sua previsão de investimentos em projetos internacionais em seu plano estratégico 2024-2028.
Ao todo, planeja aplicar US$ 1,3 bilhão em exploração de óleo e gás no exterior no período, ante US$ 360 milhões previstos no plano divulgado no ano passado – um aumento de 261%.