Petrobras anuncia mudança na precificação do diesel e gasolina

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Você vai ver aqui: Petrobras confirma mudança em precificação do diesel e da gasolina. Com diesel mais barato, a Rússia superou os EUA nas vendas para o Brasil; a importação caiu nos quatro primeiros meses do ano. Grandes distribuidoras ainda avaliam o mercado russo – sujeito a embargos. E o sobe e desce da Braskem.

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A Petrobras anunciou nesta terça (16/5) a nova estratégia para formação dos preços da gasolina e do diesel, que passa a usar duas referências:

O custo alternativo do cliente. Valor que será “priorizado na precificação” e leva em conta principais as alternativas, “sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”.

E valor marginal para a Petrobras, o custo de oportunidade, que são as alternativas de comercialização, “dentre elas, produção, importação e exportação” de gasolina e diesel ou do petróleo.

Ainda segundo o comunicado da empresa, a nova política de preços foi aprovada ontem (15/5) pela diretoria executiva e está alinhada com a diretriz de formação de preços no mercado interno, definida pelo conselho em 27 de julho de 2022.

– “Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”, diz a nota.

– O presidente da companhia, Jean Paul Prates, já havia antecipado que nesta semana seria anunciado o fim do PPI, a paridade de importação na precificação do combustível.

Rússia supera os EUA. As importações de diesel da Rússia (56% do volume) superaram os desembarques dos EUA (21%) em abril. No acumulado do ano, os supridores americanos ainda lideram com 32% das importações, contra 22% da Rússia.

– A Rússia entrou de vez no mercado brasileiro em fevereiro deste ano. Sem endossar as sanções europeias e dos próprios EUA, o Brasil manteve-se aberto às ofertas de diesel mais barato. Decisão que começou com Bolsonaro e seguiu com Lula: Brasil aumenta importação de diesel russo.

Segundo balanço da StoneX, o Brasil importou 946 mil m³ de diesel em abril, queda de 39% na comparação anual. Considerando os quatro primeiros meses do ano, a queda foi de 5,5% para 4,45 milhões de m³.

Vibra e Raízen esperam os próximos passos da Petrobras para decidir sobre a compra de diesel da Rússia.

Grandes distribuidoras – com a Ipiranga, detém cerca de dois terços do mercado de combustíveis –, são clientes e concorrentes da Petrobras na importação. Aguardam, portanto, uma definição sobre a nova política de preços da petroleira.

–  “O que posso dividir com vocês é que estamos fazendo todo o possível para sermos competitivos e seremos, então não existe nenhuma restrição do nosso lado. Obviamente, dependendo da posição da Petrobras, nós vamos nos posicionar”, disse Ricardo Mussa, da Raízen.

– “Por ora, tomamos a decisão de não seguir com importação de diesel russo. Entendemos que sim, seria possível, mas por uma decisão nossa preferimos aguardar o desenvolver nas próximas semanas e meses”, afirmou Ernesto Pousada, da Vibra.

O sobe e desce da Braskem. Ações da companhia chegaram a cair mais de 6% (Estadão) com a notícia que a Petrobras estaria discutindo internamente exercer a preferência na compra do controle da companhia, hoje detido pela Novonor.

– Informações do Painel, da Folha, que cita um interesse do governo Lula em assumir empresas estratégicas. A Petrobras negou, novamente. Semana passada, a companhia já havia desmentido negociações em curso envolvendo a Braskem.

– Inclusive negou a uma discussão sobre troca de ações da refinaria de Mataripe, controlada pelo fundo Mubadala, dos Emirados Árabes. A proposta pela Braskem veio da estatal do país, Adnoc.

– Em comum no noticiário, os bancos: o interesse de credores em recuperar o débito de R$ 14 bilhões com prêmio (Pipeline) ou elevar a participação na nova companhia em troca de dívida (na própria Folha).

TCU: tudo certo com a venda da Lubnor. Análise consolidada do TCU afirma que a Petrobras negociou a unidade do Ceará sem indícios de irregularidades, pela melhor oferta apresentada. Vale também para a SIX, que processa xisto betuminoso no Paraná (epbr).

– A Lubnor ainda depende do Cade. O controle do mercado de asfalto, principal produto da refinaria, e relações societárias da compradora Grepar estão sob análise e serão julgadas no tribunal do órgão antitruste.

As interdições no Polo Bahia Terra prejudicaram as operações da Petrorecôncavo no trimestre, segundo Marcelo Magalhães. A empresa tentou comprar o ativo em sociedade com a Eneva.

– O CEO da companhia classificou o início de 2023 como “atípico”: a empresa compartilha infraestrutura com os campos da Petrobras paralisados na Bahia e enfrentou atrasos em investimentos no aumento da produção. Teve queda de 50% do lucro líquido do período, para R$ 199 milhões (InfoMoney).

Eneva lucrou R$ 223 milhões no primeiro trimestre, alta de 21%. Faturou mais com as térmicas de Boa Vista (RR) e do complexo Parnaíba (MA). Após aquisições bilionárias em 2022, a companhia começou a reduzir a alavancagem (Valor). Estratégia envolve a venda de uma fatia minoritária do Parnaíba para o Itaú (Reuters).

Negócios com gás não-associado. A 3R Petroleum aposta em produtos flexíveis para comercialização da produção do Polo Peroá, na bacia do Espírito Santo. Por enquanto, gás é vendido à Petrobras e 3R negocia condições de acesso à infraestrutura para ofertas no mercado livre e spot: Flexibilidade do gás de Peroá tem valor no mercado, diz Rachid Felix

Foz do Amazonas. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), pediu a mediação de Lula para a campanha exploratória da Petrobras no offshore do Amapá. Belém (PA) é a principal base logística da operação.

–  “Nesse momento o Brasil tem condição de abrir mão de uma oportunidade de exploração sustentável de combustíveis fósseis?”, questionou o governador (Reuters). A ministra Marina Silva (Rede) se apôs à emissão da licença. A Petrobras aguarda o Ibama para realizar uma simulação e dar continuidade ao licenciamento (epbr).

Emissões na aviação. A Emirates, maior companhia aérea internacional do mundo, anunciou um fundo de US$ 200 milhões para financiar projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) com foco na redução do impacto dos combustíveis fósseis na aviação comercial.

– É a corrida pelo SAF. “Está claro que, com as alternativas de redução de emissões disponíveis atualmente para as companhias aéreas, o nosso setor não conseguirá atingir as metas de zero emissão líquida no prazo definido”, diz Tim Clark, presidente da Emirates Airline

Poison pill garante Eletrobras privada, diz ministro. Questionado se a ação do governo no STF reverteria o controle privado da companhia, Alexandre Silveira (PSD) afirmou ontem (15/5) que a cláusula que limita aumentos de capital é suficiente para preservar a Eletrobras sob o modelo de cooperação, com controle pulverizado.

–  “Depois de muito debate, chegou-se à conclusão de que, num primeiro momento, era mais adequado estabelecer direitos políticos da União”, disse Silveira (Valor). A ADI no STF questiona a representação da União no conselho da companhia, também limitada pela lei da privatização (epbr).

A Justiça do Rio acatou o pedido de recuperação da Light. Uma das condições é a continuidade da prestação de serviço. Segundo a companhia, houve avanço nas negociações, apesar da “agressividade” de um pequeno grupo de credores.

– Em tempo, o pedido foi feito pela holding Light S.A e não pela distribuidora Light Serviços de Eletricidade S.A, que segue sujeita às obrigações setoriais, reguladas pela Aneel, segundo manifestação da própria agência.