BRASÍLIA – A Petrobras anunciou, nesta segunda (8/7), o aumento de preços da gasolina em R$ 0,20 por litro e do GLP em R$ 3,10 para o botijão de 13 kg. O reajuste será repassado a partir desta terça (9/7).
O preço da gasolina para as distribuidoras passará a ser, em média, de R$ 3,01 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro para composição da gasolina C, a parcela da Petrobras na composição do preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20/litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro de gasolina vendida nos postos.
Este é o primeiro aumento nos preços da gasolina A da Petrobras neste ano. A última vez que a companhia reajustou o preço para cima foi em agosto de 2023.
Para o GLP, a Petrobras ajustará seus preços de venda para as distribuidoras que passará a ser, em média, equivalente a R$ 34,70 por botijão de 13kg. No caso do gás de cozinha, este é o primeiro aumento desde março de 2022.
Os preços do diesel estão congelados desde dezembro, quando houve um corte de 6,66% e o combustível passou a ser vendido nas refinarias a R$ 3,78 por litro em média.
Concorrendo com importados e refinarias privadas, em razão dos preços dos biocombustíveis misturados, além das margens de distribuidoras e postos, a Petrobras segue dominante, mas tem uma influência menor nos preços das bombas do que nas gestões petistas do passado.
O que mudou no PPI?
A atual política de preços da Petrobras foi anunciada em 12 de maio de 2023, com o objetivo de cumprir a promessa do presidente Lula (PT) em seu terceiro mandato de “abrasileirar” os preços dos combustíveis.
Até então, a estatal levava em conta na definição dos preços as cotações internacionais e o câmbio. Com a mudança, a companhia afirmou que passaram a ser consideradas outras variáveis, como as alternativas para o suprimento e o valor marginal da petroleira ao definir os preços.
Nos primeiros meses, a política foi favorecida pela redução das cotações do barril no mercado internacional.
Defasagem de preços
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que o diesel da Petrobras está sendo vendido em média 5% abaixo do mercado internacional, com necessidade de um aumento de R$ 0,18 por litro, nas cotações de quarta-feira (29/5).
A defasagem da gasolina é calculada em 8% em média, ou R$ 0,25 por litro abaixo dos preços internacionais.
A tendência é que a tensão sobre a estatal cresça com o aumento das cotações no mercado internacional. A continuação dos cortes de produção entre os membros e aliados da Opep contribui para a manutenção dos preços do barril de petróleo em patamares elevados. Incertezas relacionadas às eleições presidenciais e aos dados de inflação nos Estados Unidos contribuem para a expectativa de alta no petróleo nos próximos meses.
No caso do Brasil, o impacto de uma elevação no preço do petróleo pode ser ainda maior, com piora no cenário fiscal e as incertezas sobre o impacto na inflação e no câmbio da crise climática no Rio Grande do Sul.